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terça-feira, 29 de julho de 2025

A procissão sai do adro no Algarve


"Sporting e Benfica, por razões diferentes, ainda não passam de esboços, o que torna previsões sérias quanto à final da Supertaça, impossíveis. Mas, já de olhos pontos na Champions, cada dia que passa sem fechar o plantel, é um dia mau para o clube da Luz...

Na próxima quinta-feira, a partir das 20h45, no estádio Algarve, a procissão da época futebolística nacional de 2025/26 (no fim da qual os clubes deverão entregar ao Governo o modelo da venda centralizada dos direitos televisivos, para vigorar a partir de 2028...) começa a sair do adro com a realização da Supertaça Cândido de Oliveira. Frente a frente estarão os eternos rivais, os leões na condição de vencedores da ‘dobradinha’, as águias como finalistas vencidas da Taça de Portugal. Duas certezas, quanto a esse duelo:
1 - Se os desígnios do dérbi são, há 118 anos, insondáveis, com o confronto a ‘estrear’ a época, só um tolo fará suposições, que não vão para lá de estafados lugares comuns, quanto ao vencedor;
2 - Sporting e Benfica estão muitíssimo longe de serem pinturas acabadas - estarão numa incipiente fase de esboço -, por razões diferentes. Os bicampeões nacionais perderam o seu melhor jogador, Viktor Gyokeres, e estão em processo embrionário de mudança do sistema de jogo, sem que se vejam, no imediato, resultados positivos; os da Luz, já com vários reforços (mas sem todos aqueles que podem dar outro tipo de segurança a Bruno Lage), estão a fazer ‘reset’, após a incorporação de novo ‘hardware’, na máquina, e, com tão pouco tempo de trabalho, os resultados são apenas sofríveis.
Seja como for, independentemente do estado de prontidão de um e outro, uma final é uma final, e pouco adiantará ao treinador derrotado invocar todas as dificuldades que este início de época comporta.
Mas deixemos o Sporting de lado e foquemo-nos no Benfica, que começa, em Nice, a 6 de Agosto, a luta pela presença na fase de Grupos da Liga dos Campeões. Se, para a Supertaça, será impossível ‘fechar’ os reforços necessários, ir disputar o acesso aos milhões da UEFA sem ter a artilharia toda operacional, será brincar com o fogo. Sabendo-se que João Félix não regressa à Luz (sendo politicamente incorreto dizê-lo, é um foco de desestabilização que não entra no balneário, pelas dúvidas quanto ao rendimento desportivo, e pelo salário que iria auferir), se o Benfica não assegurar, ASAP, um ponta-de-lança e um extremo, arrisca-se, sendo uma águia, a iniciar o voo europeu ferido de asa. O estado de urgência em que os encarnados se encontram é manifesto, pode, inclusivamente, levar a que os negócios não sejam concluídos nos termos mais favoráveis aos cofres da Luz, mas este investimento, ou é feito no tempo certo e é suscetível de criar mais-valias financeiras, ou acaba por sentar-se em cima de uma perda irreparável (em 2024/25, as provas internacionais, Champions e Mundial, renderam ao Benfica quase 100 milhões de euros). A partir de agora, dando de barato que a Supertaça vai ser jogada com as existências presentes, cada dia que passe sem o clube da Luz se reforçar de olhos postos na eliminatória com o Nice, será um dia negativo para o Benfica.
É evidente que tudo aquilo que aqui foi escrito relativamente aos encarnados, também deverá ser visto à luz das eleições de 25 de outubro. Sem ingenuidade, sem hipocrisia, sem preconceito, e sem medo de chamar os bois pelos nomes."

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