"Com a crise sanitária provocada pela Covid-19 a partir da primavera de 2020, vários entraves foram colocados na prática desportiva dos portugueses e das portuguesas. Com diversos impasses e fragilidades no plano económico e financeiro, a prática desportiva requer uma profunda mudança.
Esta constatação vale para o desporto profissional, dolorosamente fragilizado no seu conjunto pela falta de recursos de bilheteira e de patrocínios. E vale também para o desporto amador. As várias disciplinas viram a perda de aderentes. Muitas razões podem explicar este “afundamento”, inédito na frequência dos clubes, associações e recintos desportivos: em primeiro lugar, o medo e as contingências sanitárias; em segundo lugar, a emergência de novas práticas individuais e coletivas, e a evolução das perspetivas dos atores do movimento desportivo.
Face às ameaças de “afundamento”, os poderes públicos tomaram um conjunto de medidas ditadas pela urgência. Trata-se de preservar a existência do tecido económico e associativo que importa na vida quotidiana do país. Se a realidade nos mostra o perigo da sedentarização, as estatísticas internacionais desportivas escondem as desigualdades significativas entre os públicos e as zonas geográficas.
Os portugueses adotam cada vez mais práticas individualistas, mais livres e mais flexíveis, viradas para o lazer e para a saúde. A democratização da prática desportiva em Portugal pressupõe impulsionar a governância das federações, permitindo a cada uma a possibilidade de assumir as suas responsabilidades. É também pedra de toque a ética e o respeito de regras, garantindo a integridade moral e física dos praticantes."
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