"Em 6 de Maio de 1960, o Benfica fez história ao ser o primeiro clube português a ter uma representação na Índia Portuguesa
A equipa das reservas do Benfica entrou, às 9 horas da manhã no dia 6 de Maio de 1960, num avião dos Transportes Aéreos da Índia Portuguesa (TAIP) com destino a Goa. Mais do que uma digressão, com a disputa de três jogos, iria ser uma jornada de fortalecimento de povos e de culturas.
Apesar de a comitiva ter chegado depois da meia-noite, foi recebida por numerosos adeptos locais do Clube e por membros do Conselho Provincial da Educação Física e da Associação de Futebol de Goa, por representantes de clubes locais, pelo presidente da Câmara Municipal de Mormugão e pelo representante do Comando Militar.
A deslocação à Índia Portuguesa foi muito importante para o Clube, porque foi a primeira representação de uma equipa portuguesa naquele território. O convite foi remetido pelo Conselho de Educação da Índia e aconteceu um mês depois de o Tribunal de Haia ter dado parecer positivo a Portugal, no recurso contra a União Indiana, que estava interessada em ficar com os territórios sob administração portuguesa no país, as cidades de Goa, Damão e Diu, que a comitiva teve a oportunidade de visitar.
O governador-geral do Estado Português da Índia, brigadeiro Vassalo e Silva, expressou 'a certeza de que este convívio contribuirá para que a ideia de Portugal uno mais se vincule, pelo conhecimento de todas as terras portuguesas. Vós, rapazes, podereis contar uma dia aos vossos filhos e netos que visitaram uma terra de lindos rios e palmeiras, onde há cinco séculos se escreveu uma das mais gloriosas páginas da História de Portugal'.
Na digressão estiveram ainda incluídas visitas a outras cidades e aos seus principais monumentos, o que proporcionou vários momentos de confraternização e aproximação de culturas com os portugueses da Índia, que ficaram registadas no álbum da viagem. 'Tal como nós, dirigentes, todos eles sabem que os resultados que se possam obter nos campos de futebol são coisas absolutamente subsidiárias. Não têm qualquer significado. Importa, sim, saber honrar, uma vez mais, a camisola que se enverga e, no regresso, quando voltarmos à Metrópole, ter a certeza de que, na Índia Portuguesa, ficou um pouco de coração de cada um de nós e saudades, muitas saudades, a perdurar pelos tempos fora', declarou Fagulha Saraiva, um dos dirigentes que chefiaram a comitiva.
O regresso foi marcado para dia 16 de Maio, após dez dias de permanência na Índia. As várias memórias da digressão ficaram guardadas no álbum fotográfico que se encontra à guarda do Centro de Documentação e Informação do Sport Lisboa e Benfica."
Cláudia Paiva, in O Benfica
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