"Ver Chris Froome perseguir um fugitivo - e para defender o mais baixo lugar do pódio - não é, definitivamente, uma imagem normal. Mas nada que estranhe quem acompanhou este Tour e em particular a carreira de Primoz Roglic, o esloveno que se tem mostrado um fenómeno. Roglic ataca a subir, ataca a descer... A vitória na etapa foi um justo prémio para a garra e o espectáculo que deu hoje, na despedida das montanhas.
Roglic roubou mesmo o terceiro lugar a Froome, que deve ter feito as delícias daqueles que o assobiaram quando passou descolado do grupo dos favoritos na subida para o Aubisque. E esse é o pretexto ideal para apontar esta crónica para o trabalho de equipa do ciclismo, que muitos têm dificuldade em ver como uma modalidade colectiva. O esforço e a abnegação de Egan Bernal em prol de Froome, em especial quando perdeu o contacto com o grupo do amarela, foi um excelente exemplo do espírito colectivo que preside a este desporto de intenso esforço individual.
Assim como foi o trabalho de Kruijswijk para o companheiro Roglic no momento em que saltou do grupo e ganhou algum avanço para depois permitir ao agora terceiro classificado ir algum tempo (precioso) na sua roda.
Bernal, 21 anos, o Movistar Marc Soler, 24, e Roglic, 28 - Thomas, 31, só por muito azar perderá este Tour, mas estes nomes permitem-nos vislumbrar os próximos. E num futuro não muito distante, pois o contrarrelógio de amanhã é longo (31 km) e duro (900 m a 10% de inclinação a 3 km da meta). E quem chega a esta fase de uma corrida de três semanas com a alma e a força nas pernas de Roglic, consumado contrarrelogista, agora que está em terceiro e a somente 19 segundos de Dumoulin pensará por certo em subir mais um degrau."
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