"Os últimos acontecimentos têm vindo a demonstrar que, contrariamente a um passado bem recente, não há lugar a 'vendettas'
Escrevo este texto no mais profundo dos silêncios. O silêncio que me é imposto pela dor e sofrimento das gentes do Laos e da Grécia, pela água e pelo fogo que os deuses (ou os homens?) quiseram lançar, em fúria desmedida, num cortejo de perfeito horror, tal como acontecera em Portugal há cerca de um ano. A lembrança torna-se, pois, aqui e agora, indispensável e obrigatória - não obstante tratar-se, como é o caso, de um espaço dedicado ao desporto - sobretudo, para nos lembrar a precariedade da condição humana e, ao mesmo tempo, o direito a celebrarmos a vida mesmo no meio da mais horrível das tragédias. Por essa razão, não deixamos também de acompanhar o que de mais relevante vai ocorrendo à nossa volta, seja na política, nas artes ou mesmo no seio do nosso clube de sempre (Sporting) que, agora, com ponderação e bom senso, procura sarar feridas profundas que alguns irresponsáveis provocaram no reino sagrado do leão. Os últimos acontecimentos têm vindo a demonstrar que, contrariamente a um passado bem recente, não há lugar a vendettas mas tão só o direito de exigir responsabilidades a todos quantos atentaram contra os interesses leoninos. Mas importa preservar o clima de serenidade e de elevação de que têm dado mostras que a Comissão de Gestão quer a Comissão de Fiscalização quer ainda a Assembleia Geral, sempre com estrita observância da legalidade estatutária largamente sufragada pelos Tribunais. As provocações continuarão por mais algum tempo, grotescas e patéticas, tal e qual os seus autores. Sempre com recurso aos mesmos métodos, os tais actores de opereta continuarão a fazer ouvidos de mercador à mensagem dos associados do passado dia 23 de Junho que os tatuou de vergonha para a posterioridade. Aos poucos, a firmeza, serena mas implacável, vai provocando o desespero e a raiva daqueles que optaram pela violação da lei e dos regulamentos e que, agora, sem pudor, aspiram à embriaguez de um palco que, no fundo, sabem perdido. Em breve, os sócios, como sempre acontece, estabelecerão um novo rumo para o Clube, não esquecendo a página mais negra da sua história. É que a culpa jamais poderá morrer solteira. «Nunca mais» será o lema dos verdadeiros sportinguistas."
Abrantes Mendes, in A Bola
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