"Em 1993, eu tinha 18 anos e senti aquilo como uma facada nas costas. O meu clube não estava nada bem, mas ninguém tinha agredido qualquer jogador. As constas não eram nada famosas, mas não soube de nenhum profissional do SL Benfica que passasse fome. Não havia accionistas nem SAD, nem perdões de dívida ou outras manipulações dos bancos, mas há havia abutres a rondar. E naquele verão de há 25 anos dois profissionais de futebol decidiram aceitar o aliciamento do presidente de um clube rival e mudaram de equipa. Reclamaram salários em atraso...
O que mais me custou foi ver dois bons jogadores a entrarem no número. O que não me espantou foi o carácter dos indivíduos envolvidos nas transferências. E até poderia ser bem pior, porque o Maestro e o Menino de Ouro também foram aliciados para trocar Benfica pelo Campo Grande. Acabaram por não ir, o que também demonstra o que valiam - e valem - como seres humanos.
Um quarto de século depois, fala-se em 'loucura' e até já há quem aponte a possibilidade de contratar amigos funcionários do Sporting Clube de Portugal como uma medida panfletária. Não o vejo assim, de nenhum dos prismas. Nem maluquices, nem eleitoralismo. Nós, benfiquistas, honramos e lembramos bem a nossa História - nos momentos bons e nos mais. Aprendemos com os erros, mas não podemos nunca esquecer quem nos quis fazer mal. Nesse campeonato de 1993/94 pagámos a dívida com meia dúzia em Alvalade e uma noite memorável. Agora é um bom momento para imprimir a factura detalhada."
Ricardo Santos, in O Benfica
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