Últimas indefectivações

sábado, 12 de maio de 2018

Nenhum benfiquista está contente

"É tempo de dar os parabéns a quem ganhou. Outros caminhos não nos devolvem os títulos que não vencemos.

O Benfica fez uma exibição melhor do que o resultado em Alvalade. Foi um jogo em que o Benfica esteve melhor que o Sporting e o Sporting esteve melhor que a arbitragem. Neste momento é importante preparar com rigor e ambição a próxima época e as suas conquistas. Como dizia com ironia e acerto o presidente de um clube rival há cinco anos atrás, «é melhor perder de vez em quando do que ganhar de vez em quando».
Chegados aqui, queremos que seja esta a nossa condição. Nunca é bom perder, mas se acontecer que seja esporádico. Este ano, vivemos um desses epifenómenos ocasionais. Uma Supertaça é pouco para a grandeza do Benfica. Nenhum benfiquista estará contente, sob pena de não ser benfiquista. A próxima época tem mesmo que ser preparada com detalhe, rigor e competência. O plantel tem que ter soluções e qualidade. Não pode haver falhas nem lacunas. O 37.º título de campeão nacional é o objectivo máximo da próxima época. Maio, Junho e Julho, ainda sem a bola a correr, serão decisivos para criar as condições de ataque a esse objectivo, com competência e serenidade. Este é o tempo de dar os parabéns a quem ganhou e tratar já dos nossos próximos êxitos. Outros caminhos nem nos devolvem os títulos que não vencemos, nem nos aceleram os que iremos querer vencer. Por isso contra o Moreirense de Petit (espero que não desça), o grito deve ser «dá-me o 37». Na minha cabeça, e dos benfiquistas, não poderá estar outra coisa.
Palavra obrigatória para João Sousa e para a sua brilhante vitória. Este terceiro título ATP, na sua 10.ª final, por ser em Portugal, foi o mais fantástico. Vencer jogadores mais cotados no ranking, numa prova de superação permanente, foi magnífico. Pode não ser um talento puro do ténis, mas isso só aumenta o seu valor, pois é um puro campeão. Ganhar com esforço, garra, vontade e trabalho aumenta o mérito e deve redobrar os aplausos. Mais que um supercampeão, há ali muito de exemplo num país de habilidosos e cigarras, que desdenha nas formigas e no trabalho.
Sintomático - as capas dos jornais do dia seguinte. Depois desta proeza, foi n'A Bola, verdadeiro jornal do desporto, que foi dado o destaque devido. Se todas as linhas editoriais são respeitáveis, eu tenho orgulho em escolher as minhas."

Sílvio Cervan, in A Bola

1 comentário:

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