"Uma enchente aguardava a comitiva 'encarnada' no Rossio, os adeptos levaram os jogadores em ombros até à Secretaria.
Os adeptos do Benfica têm a particularidade de, mais do que acompanhar o Clube, sentirem-no. Em 1943, nas primeiras jornadas do Campeonato Nacional de 1942/43, os 'encarnados' alcançaram vitórias retumbantes, frente a Vitória de Guimarães, por 8-3, e FC Porto, por 12-2. Os resultados expressivos e a qualidade do futebol entusiasmavam os benfiquistas, fazendo-os acreditar na revalidação do título.
Contudo, as pesadas derrotas sofridas nas 12.ª e 15.ª jornadas, frente ao Vitória de Guimarães, por 5-1, e perante o Belenenses, por 5-2, fizeram com que passasse de líder da prova para o terceiro lugar. Apesar do momento difícil, os benfiquistas acreditavam: 'o Benfica tem dado belas lições de fé e de vontade. Eis um momento de êle tomar para si próprio lições que tem dado aos outros'. Embalados pelo apoio, na jornada seguinte, venceram o Leixões por 4-2. A exibição foi elogiada pela imprensa: 'disse na minha última crítica que aguardava o «querer» dos nossos jogadores e eles responderam à chamada'.
Na penúltima jornada, 'águias' e 'leões', separados por um ponto, enfrentavam-se, definindo-se com este jogo quem ocuparia o primeiro lugar. A afluência à partida foi enorme, 'era belo o aspecto do Campo Grande (...) um campo muito pequeno para acontecimento de tamanha importância'. Os jogadores sentiram que este seria o momento fulcral da temporada e entraram determinados. Marcaram nos primeiros minutos do encontro e, mesmo após os 'leões' terem empatado, conseguiram voltar à vantagem ainda na primeira parte. O jogo terminou com a vitória dos 'encarnados' por 2-1. O Clube voltava ao primeiro lugar e, na última jornada, contra a Académica de Coimbra, bastava-lhe pontuar para festejar o título.
Para a deslocação à 'cidade dos estudantes' foi necessário um comboio suplementar. 'O campo de Santa Cruz, registando a maior assistência de todos os tempos, era uma amálgama viva e colorida'. O Benfica ganhou por 4-3. A chegada a Lisboa foi o êxtase, 'os jogadores, os dirigentes, foram «arrancados» da carruagem e transportados às costas da multidão ansiosa do contacto e da presença dos mesmos (...) o Rossio foi pequeno para conter o povo'. A viagem até à Secretaria do Clube foi alucinante, 'os nossos rapazes chegam quási sem saber como. Vieram por ar, passeados aos ombros dos benfiquistas'. A paixão dos adeptos tem esse condão, de os 'carregar' nos momentos mais decisivos, retribuídos por um pensamento unânime: 'o Benfica é um caso único no Desporto Nacional, pois só êle seria capaz de nos dar momentos de tão épica grandeza'.
Pode ficar a conhecer mais sobre esta a equipa vencedora do Campeonato Nacional 1942/43 na área 6 - Campeões Sempre no Museu Benfica - Cosme Damião."
António Pinto, in O Benfica
Contra o polvo azul e contra a batota verde forcaaaaaa Benficaaa contra as hienas da justiça .. CARREGA Benficaaaaa sempre
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