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segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

Jorge Braz, obviamente!

"O seleccionador conseguiu demonstrar que a cair cairia sempre para Portugal.

lá vamos ao episódio Ricardinho, Éder, Fernando Santos e o golo de Portugal quando jogava sem a sua maior estrela durante o prolongamento frente a Espanha.
No título deste artigo poderiam e deveriam estar outras pessoas como o resto do staff de Jorge Braz e uma pessoa que sempre acreditou piamente no Futsal enquanto aposta, de seu nome Pedro Dias. 
Vamos à quadra! O que esta Selecção conseguiu com Jorge Braz no comando foi um enorme feito, muito difícil, especialmente se considerarmos o contexto da modalidade em Portugal e em especial o dos dois grandes, com vários craques estrangeiros a empurrarem os portugueses para posições mediáticas inferiores.
Jorge Braz levou provavelmente para a Eslovénia a Selecção com menos individualidades dos últimos anos.
Esta Selecção teve quatro estrelas maiores:
1. Ricardinho - palavras para quê?;
2. todo o grupo de jogadores, que se tornou muito compacto, unido, uma verdadeira família, sempre a vibrar com o sucesso uns dos outros (e sabemos que isso nem sempre acontece mesmo no seio das melhores equipas);
3. a equipa técnica, com Jorge Braz à cabeça, e nunca esquecendo os membros na sombra que fazem um trabalho fantástico e muitas vezes desconhecido;
4. a estrutura de apoio, na imagem do Pedro Dias, que de alguma forma está para a federação como Braz para a equipa técnica.
O grande candidato era a Espanha, e esta até poderá ter sido uma das selecções espanholas menos fortes dos últimos anos. No entanto, isso nada retira em mérito a Portugal. Aliás, até dá outro valor à conquista lusa, que foi perceber que era uma oportunidade de ouro para vencer e trazer precisamente o ouro para casa.
A Selecção, sem um guarda-de-redes tão indiscutível como João Benedito no passado recente, ou sem o pivot de referência dos últimos anos Cardinal, levou para a Eslovénia jogadores de Sp. Braga, Belenenses e Leões de Porto Salvo. Não está em causa o nome de qualquer destes emblemas, mas até há pouco tempo, a equipa nacional era composta exclusivamente por atletas de Benfica e Sporting, e eventualmente algum outro que estivesse no estrangeiro.
O discurso de Jorge Braz foi muito semelhante ao de Fernando Santos.
A confiança, a crença. Não direi que a selecção de Futsal tinha todos os portugueses a torcer por ela, não por estarem do contra, mas porque a modalidade ainda não é conhecida por todos, mas Jorge Braz conseguiu demonstrar perante quem a seguia esta convicção de que a cair, cairia sempre para Portugal. O carteiro bate sempre duas vezes, dizem por aí. Ontem, bateu também na nossa memória, quando Ricardinho se lesiona e sai. Percebemos então que seria algo do mesmo género: a cair, cairia sempre para nós.
Por fim, deixar aqui um apontamento: há uns meses, dois amigos recomendaram-me um livro sobre um tema à volta do «antifrágil», ou seja, coisas que ficam mais fortes quanto algo de mal lhes acontece. Não são coisas nem frágeis nem tão fortes que sejam imunes ao que lhes acontece, mas sim antifrágeis: quando algo de negativo lhes acontece, conseguem perceber o que alterar para ficarem mais fortes. Mais uma vez, o termo parece assentar que nem uma luva a esta Selecção de Jorge Braz e restante equipa técnica.
Parabéns a todos! O País agradece, o Futsal agradece! Demonstrámos que um País de dez milhões consegue produzir campeões numa modalidade que ainda não é totalmente abrangente a nível mundial ou europeu, mas é sim praticada ao mais alto nível. Desejamos, obviamente, que seja cada vez mais jogada, estendendo-se a um nível planetário."

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