Últimas indefectivações

segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Bruno de Carvalho, a ética e a métrica

"O presidente do Sporting mostrou-se inesperadamente nervoso perante as acusações de Paulo Pereira Cristóvão.

O Sporting tem apresentado resultados desportivos globalmente positivos. Tem a melhor equipa no andebol e o mesmo pode dizer-se do futsal e do futebol feminino; passou a ser competitivo no voleibol, é cada vez mais candidato no hóquei em patins e no atletismo, valha o que isso valer colectivamente, juntou uma série de atletas de todo que engrandecem o clube. No futebol de formação, os leões mantêm-se na senda dos títulos, mesmo que o aproveitamento de talentos tenha decrescido.
E haverá ainda outra linha a acrescentar no estado da nação leonina, que passa pelo envolvimento dos adeptos. Nas modalidades, com a inauguração do pavilhão João Rocha, o número de simpatizantes presentes nos jogos das modalidades subiu significativamente e no futebol sem serem torturados, mostram-nos que houve um aumento médio de mais de dez mil espectadores por jogo no estádio José Alvalade XXI.
Tudo isto aconteceu nos mandatos de Bruno de Carvalho, que foi capaz de revitalizar os leões, retirando-os de uma anemia compulsiva que parecia irreversível.
É por todos estas conquistas que se torna incompreensível perceber o comportamento muitas vezes aventureirista, porventura errático e sempre ao arrepio da grandeza histórica do Sporting que o líder leonino persiste em trilhar.
A última semana, do ponto de vista da comunicação, foi dramática para o Sporting, dando do clube, através sobretudo da palavra do seu presidente, uma ideia primária, básica, reles e torpe que deve ter arrepiado, esteja onde estiver, o Visconde de Alvalade. O Sporting não pode ser definido pelo discurso fundamentalista de Bruno de Carvalho, beneficiando de consciências que permanecem anestesiadas pelos resultados desportivos; o Sporting não pode ter nada a ver com insultos a rivais, provocações a instituições e bravatas primárias que apenas alimentam as franjas mais radicais.
Duas notas finais:
1) Bruno de Carvalho tocou-se demasiado com as acusações de Pereira Cristóvão, em investigação pelo Ministério Público. A forma descabelada como reagiu revelou desconforto desproporcionado;
2) No desporto, quem tem razão? Apenas quem ganha? Ou haverá uma dimensão ética que transcende essa métrica?

Ás
Fernando Gomes
A FPF lidera pelo exemplo e é pena que esse exemplo de modernidade e competência não seja tantas vezes seguido quando devia. Fernando Gomes e a sua equipa mostram-nos que há um caminho de progresso, rumo ao sucesso, que podemos trilhar; apesar do contravapor daqueles que não passarão de rodapés da História.

Ás
Miguel Oliveira
O piloto de Almada venceu, pela terceira vez consecutiva, uma corrida no Moto 2 e até parece que ganhou direito a um ÁS cativo, nestas Cartas na Mesa. Mas trata-se apenas de reconhecer a excelência, subsistindo a questão essencial: será que Miguel Oliveira não está, desde já, pronto a avançar para o desafio do MotoGP?

Duque
Fernando Oliveira
O presidente do V. Setúbal, homem do futebol, está com muitas dificuldades na pacificação dos sadinos. Faltam receitas, o divórcio com os adeptos vai sendo chancelado por assistências aos jogos residuais, e a situação complica-se, de AG em AG. Vai valendo Couceiro, que consegue tirar leite das pedras. Até quando?

«O tempora, o mores», Cícero permanece actual
"Por que razão iria Kim Jong-un insultar-me chamando-me 'velho', se eu nunca lhe chamaria 'baixo e gordo'? É difícil sermos amigos..."
Donald Trump, presidente dos Estados Unidos
Infelizmente, não é só no futebol português que a vulgaridade ocupou o lugar outrora ocupado por alguma elaboração adicional. Na antiguidade romana, Cícero indignou-se contra a depravação dos seus contemporâneos com uma expressão, «o tempora, o mores» («ó tempos, ó costumes»), que recuperou actualidade na segunda década do século XXI. Acreditemos que não há mal que dure sempre...

Campeão Nacional
João Sousa decidiu participar no Campeonato Nacional de ténis e, sem surpresa, sagrou-se campeão. Trata-se do melhor tenista lusitano de sempre, há cerca de ano e meio ocupava o 28.º lugar no ranking ATP (é agora 59.º) e a páginas tantas fica a sensação de que o País não lhe reconhece o mérito que efectivamente tem e até tem gozo nalguma ingratidão quando as cosias não lhe correm bem. Há que agradecer a João Sousa tudo o que tem feito por um ténis português que não possui estruturas minimamente razoáveis e depende dos vizinhos espanhóis, a cuja porta bate cada vez que é preciso apontar mais alto...

Faraó Sallah marca presença na Rússia
Longe vão os tempos em que Abdel Ghany brilhava em Aveiro e levava até ao Egipto o nome de Portugal. E falar dos dois países sem referir Manuel José é o mesmo que ir a Roma e não ver o Papa. Tudo isto a propósito do regresso dos Faraós ao Mundial de futebol, 28 anos depois da última presença..."

José Manuel Delgado, in A Bola

PS: Até o Delgado, precisa de escrever uns parágrafos estupidamente elogiosos, para ter a 'ousadia' de criticar o Grande Líder...!!!

Sem comentários:

Enviar um comentário

A opinião de um glorioso indefectível é sempre muito bem vinda.
Junte a sua voz à nossa. Pelo Benfica! Sempre!