"Rui Vitória, bicampeão nacional nos dois primeiros anos no Benfica, igualou, nesse particular, Sven-Goran Eriksson (1982-84); na temporada que está a começar, Vitória parte em busca de um recorde ainda mais difícil: quer apanhar, como tricampeão nos três primeiros anos, Jimmy Hagan (1970-73). Por aqui se vê como é alto o crédito do actual treinador encarnado na nação benfiquista e como seria profundamente imprudente retirar ilações demasiado profundas das suas escolhas nos primeiros jogos da pré-época, onde o Benfica já encaixou duas manitas, algo pouco recomendável especialmente quando se defende um estatuto de excelência.
Rui Vitória já mostrou, na Luz e antes da Luz, que sabe o que faz. Mas, estabelecida essa premissa, há que dizer com toda a frontalidade que o Benfica não está no estado de prontidão que seria espectável, a uma semana do início dos jogos oficiais; mais, ainda: os problemas defensivos da equipa sugerem a necessidade de uma ida cirúrgica ao mercado, para as posições de defesa-central, defesa-direito e trinco. Pela simples razão de que o que foi até agora dado a ver é de menos para as ambições do Benfica, que luta por um penta inédito e deseja, pelo menos, passar a fase de grupos da Champions. Parece claro que, pelo que foi até ontem visto em Londres, há um défice que deve ser suprido, sob pena de danos irreversíveis. Porque não será, por certo, com a mera colocação no top do ranking de vendas que o Benfica granjeará argumentos para o penta.
Paradoxalmente, é o FC Porto, o único dos três grandes a mudar de treinador, que se apresenta mais habilitado a evoluir na continuidade..."
José Manel Delgado, in A Bola
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