"O desporto, e a sua principal modalidade em Portugal, o futebol, não pode deixar de ser uma escola de valores. Era impensável há cinquenta anos que vivêssemos um tão grande vazio. Com a mediatização que estas últimas décadas proporcionaram ao futebol português, temos assistido a uma inversão do espírito desportivo por parte de muitos dos agentes activos, mas com maior destaque para alguns dirigentes. Não se perde nenhuma oportunidade para se atacar o clube rival, que mais parece inimigo. A rivalidade deu lugar a uma inimizade crescente, que se tem tornado violenta, desproporcionada, e acima de tudo estúpida. Todos compreendemos a vontade de ganhar, a procura do sucesso, mas respeitando princípios e valores. Não pode valer tudo para se atingirem os objectivos, seja em que circunstância for. Será que não se consegue perceber que o sucesso de uma competição não se atinge apenas porque um é campeão, mas acima de tudo porque o equilíbrio competitivo torna esse campeonato qualitativamente superior? Esta é a formula de sucesso, e para isso é necessário não esquecer valores fundamentais.
Mário Wilson representou o que melhor havia neste espírito desportivo, livre de barreiras clubísticas, mesmo tendo preferência assumida por um clube. Para mim será sempre o treinador da Académica dos anos 60, da final da Taça com o Vitória de Setúbal. Por sinal a mais longa final. Lidei mais de perto com o Capitão quando me ajudou a compreender o Alverca. Não me disse como fazer, bem pelo contrário, obrigou-me a pensar nas soluções. Não foi o mais velho, sendo o mais velho. Não foi o treinador a falar, foi o homem a abrir caminho a um jovem. Esse humanismo tem que voltar ao futebol. Nós somos adversários, nunca inimigos. Pelo menos que nos fique o seu exemplo."
José Couceiro, in A Bola
PS: Este é um dos problemas do Tugão!!! O diagnóstico até está bem feito, mas chamar os bois pelos nomes, já é mais difícil!!! Enquanto se continuar a meter tudo no mesmo saco, com medo de parecer parcial, ou neste caso especifico, não querer apontar o dedo aos actuais dirigentes do clube do coração, nada mudará...
O Capitão Wilson, com toda a sua energia positiva, humanismo e bom astral, não fugiu ao confronto e à denúncia, das estratégias arruaceiras, manipuladoras, do execrável Pedroto... Até aí, nesse conflito, provou fazer parte das Forças do Bem...!!!
Ao contrário do que hoje acontece com a esmagadora maioria dos protagonistas, a optarem por uma suposta isenção, que acaba por reforçar as estratégias sujas dos Pintinhos e Babalus desta vida...!!! Também existe culpa por omissão...
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