"O Benfica mereceu a honra de ser recebido pelo Papa João Paulo II e conquistou uma vitória importante em Roma
Por ocasião do jogo entre o AS Roma e o Benfica, na Taça UEFA 1982/83, o Benfica esteve na capital italiana. Aproveitando essa deslocação, a comitiva planeou visitar o Vaticano e ser recebida pelo Papa João Paulo II. Antes de deixarem Lisboa, o presidente Fernando Martins, Júlio Borges, chefe do Departamento de Futebol, e o capitão Humberto Coelho foram recebidos por D. António Ribeiro, no Patriarcado, a quem pediram que intercedesse junto do Papa para que os recebesse.
E assim foi. Na morna e soalheira manhã de 1 de Março de 1983, dentro da radiosa sala Paulo IV, cerca de 8 mil peregrinos de várias nacionalidades aguardavam a vinda do Sumo Pontífice. Ao entrar na sala, a comitiva 'encarnada' foi saudada pelos presentes com fortes aplausos. Instalaram-se 'bem lá na frente' e, com a ansiedade que envolve os grandes momentos, esperaram a chegada do Papa. Minutos depois, o 'mensageiro da paz entrou na sala, sob grande ovação, o que, evidentemente provocou alguma emoção nos presentes'.
Até chegar junto da delegação benfiquista, Sua Santidade, com um olhar terno, 'foi «vendendo» simpatia, com toda a gente a querer tocar-lhe (...). De vez em quando voltava atrás para corresponder aos milhares de acenos'.
João Paulo II saudou todos os membros que compunham o grupo benfiquista. Humberto Coelho ofereceu-lhe um galhardete e uma bola autografada por todos os jogadores e Fernando Martins entregou-lhe uma águia em bronze, que o Papa recebeu com um sorriso.
De seguida falou a todos os presentes e, exprimindo-se em várias línguas, apelou ao amor, à justiça, à liberdade e à paz, para depois se dirigir à comitiva benfiquista, em português:
'- Temos a presença, aqui, de um dos mais populares clubes de Portugal, o Sport Lisboa e Benfica. Sejam bem-vindos! Saúdo também a vossa pátria (...) e todos os desportistas portugueses em geral. Espero que façam um bom jogo e que haja harmonia entre todos. (...) que Deus vos proteja sempre'.
Estas belas palavras 'entraram no coração e provocaram lágrimas' a muitos dos presentes.
Ao sair da sala, 'a satisfação e a paz de espírito eram de tal ordem que houve quem dissesse que já não perdíamos'. E, de facto, não perderam! Venceram por 2-1 o líder no campeonato italiano, contribuindo para a passagem às meias-finais da prova, cuja final viria a ser disputada entre o Benfica e o Anderlecht.
Este acontecimento pode ser recordado no Museu Benfica - Cosme Damião, na área 26. Benfica Universal."
Débora Cardoso, in O Benfica
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