Há poucos anos, havia o clássico escocês Celtic-Glasgow Rangers. Uma espécie de Benfica-Sporting, de lá. Entretanto, os protestantes (Rangers) não conseguiram superar o garrote financeiro e foram declarados insolventes. Foi criado um seu ersatz, que começou por baixo e está agora na 2ª divisão. Assim terminou o (pouco) fascínio de uma liga monopolizada pelos dois rivais de Glasgow.
Agora são mais dois clubes que abrem falência. O Parma, em Itália e o CSKA, na Bulgária. Os italianos de uma cidade da parte rica transalpina chegaram ao fim, depois de gloriosas épocas, mas também de fantasias, tendo ganho uma Taça das Taças, duas Taças UEFA e uma Supertaça Europeia. O clube oriundo do exército búlgaro, crónico campeão, antes temido nas competições europeias, sucumbiu depois de desvarios.
Por cá, tudo numa boa. Treinador entre os mais bem pagos do planeta, transferências de muitos milhões, contratos inexplicáveis no contexto português e de crise (pelo que li, no caso de Maxi, haverá oferta de valores mensais que são 571 vezes o salário mínimo ou, dito de outra forma, correspondendo o salário mensal do uruguaio a 41 anos de trabalho de uma pessoa com o salário mínimo!), comissões obscenamente exigidas e recebidas por intermediários que fazem de conta que são empresários.
A festa continua, numa vertigem que se sabe como começa, mas não se conhece como acaba. Certa populaça, que vocifera contra outros ordenados, discorre sobre anormalidade desta apoplexia salarial, imoral e injustificada, alimentada por certos media tão críticos para uns euros e tão acríticos para esta flagrante obscenidade.
Bagão Félix, in jornal A Bola
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