"O desafio do Sporting não é o de começar de novo, mas sim o de não acabar de vez. Esse é o drama de milhões de sportinguistas, e de outros como eu, que defendem um Sporting vivo e autónomo, com capacidade para disputar competições e servido por dirigentes com nível. O que se assistiu até agora foi o desaparecimento de um grande clube, mas aquilo que estamos a assistir já é ao desaparecimento do clube. É muito mau para o desporto, é péssimo para Portugal que assim seja. A rivalidade não pode cegar os adeptos, o Sporting faz muita fala. Posso até ser o único benfiquista a defendê-lo, mas gostava de ver o velho Sporting de volta.
Em Barcelos o Benfica deixou perto de uma apoplexia aqueles que viram a equipa inicial. Eu fiquei lívido. Com jogadores castigados e outros lesionados, Jorge Jesus teve a coragem de mesmo assim ainda alterar algumas peças mais habituais. Arriscou e ganhou. Sem Luisão, foi com Luisinho! Eu sou como Eurípedes para quem a coragem era a prudência. Mas Mark Twain também dizia que um homem com uma ideia novo era um louco até essa ideia triunfar. Mais importante do que a vitória, foram as declarações no final da partida em que Jorge Jesus mostrou não se inebriar por manchetes de jornais nem por heróis feitos à pressa.
Os mesmos que elogiam hoje um jogo conseguido de um jovem jogador serão os que dirão não haver maturidade no dia em que algum falhasse. É assim no futebol.
Amanhã contra o V. Guimarães é preciso manter a ambição para não permitir surpresas aos de Rui Vitória. Parece que há alguns jogadores recuperados e aumentam as soluções.
Na próxima semana voltamos a Guimarães, à freguesia de Moreira de Cónegos, para tentar continuar na Taça. Hoje com verdade alguém consegue dizer que seria mais difícil ir a Alvalade que a Moreira de Cónegos? Estamos ainda a cinco degraus do topo da escada do Jamor. Este é o próximo."
Sílvio Cervan, in A Bola
Sem comentários:
Enviar um comentário
A opinião de um glorioso indefectível é sempre muito bem vinda.
Junte a sua voz à nossa. Pelo Benfica! Sempre!