"Depois da Inglaterra, da França e da Espanha é chegada a hora de também os clubes Italianos abrirem as portas a investidores estrangeiros. Os presidentes.mecenas, sempre prontos a abrir os cordões à bolsa, estão em vias de extinção, cansados de suportar prejuízos cada vez mais avultados. Massimo Moratti, por exemplo, desde que assumiu a presidência do Inter, em Fevereiro de 95, já torrou lá 1.200 milhões de euros! Berlusconi foi mais parcimonioso mas, mesmo assim, meteu no Milan 600 milhões. Tudo a fundo perdido. Os prejuízos da Série A contabilizados até Junho de 2012 atingiram a astronómica cifra de 2,5 mil milhões de euros! Sem a prodigalidade destes dois patriarcas e a generosidade de alguns outros, o futebol do bel paese não existira. O público não vai aos estádios, arcaicos e inóspitos (com excepção do da Juventus, acabado de inaugurar), o número médio de espectadores desce todos os anos entre 7 e 8 por cento (já não chega a 50 por cento, contra os 90% da Inglaterra e da Alemanha!), os bilhetes são caros, os jogos são todos transmitidos nas televisões, nos computadores, nos telemóveis...
É este o pano de fundo, adensado pela indiferença dos sucessivos Governos, que obriga os clubes a reconhecer a inevitabilidade de alienar parte do capital social a investidores estrangeiros, a fim de se recapitalizarem. O primeiro a concretizar a venda de 51 por cento a um grupo italo-americano de Boston foi a Roma; o segundo será o Inter, que já acordou com o chinês Kamchi Li a cedência de 15 por cento por 55 milhões; a seguir virá o Milan, que vai fazer um negócio das Arábias com o xeque Al Thani (o mesmo do PSG): 30 por cento por 250 milhões!!!"
Manuel Martins de Sá, in A Bola
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