"O recente triunfo sobre o Marítimo, uma das turmas em alta na presente edição da Liga, demonstrou à sociedade a categoria do Benfica e como tudo seria diferente se as arbitragens não tivessem inquinado alguns resultados, sempre em prejuízo (por vezes escandaloso) do nosso Clube. E a questão é tanto mais importante quanto tudo se conjuga para que este Campeonato venha a ser decidido por uma magra vantagem pontual.
O problema não é de hoje, é de ontem, talvez seja de amanhã.
No plano institucional, há anos a esta parte que o Benfica perdeu autoridade. Não que os dirigentes tivessem negligenciado intervenções (sempre lícitas, sublinhe-se), antes porque outras forças (de forma nem sempre lícita, sublinhe-se) ganharam claro ascendente e souberam avolumar favores e privilégios que lhes permitiram atingir os seus objectivos.
A luta tem sido desigual. O problema, vale a pena insistir, não é de hoje, é de ontem, talvez seja de amanhã. O Benfica para triunfar numa competição doméstica, sobretudo no Campeonato, tem que ser categoricamente superior aos seus antagonistas, em especial ao FC Porto. De outra forma, o desfecho é quase sempre o mesmo.
Dir-se-á que o processo 'Apito Dourado' concorreu para tornar o edifício da arbitragem mais higiénico. Trata-se de um dado inquestionável. Só que subsistem ainda muitos resquícios de anos prolongados, nos quais a Verdade Desportiva não passou de mera ficção. É por esse motivo que o Benfica esgrime, por norma, de forma desigual. Há quem entre num jogo já a ganhar, ao Benfica exige-se (quase) sempre que perceba que entra num jogo já a perder. Mas também por essa razão, os nossos triunfos valem mais, são mais saborosos. Porque são limpos, justos, cristalinos."
João Malheiro, in O Benfica
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