O JORNALISMO DE SARGENTE

Já são muitas as vozes que cada vez mais se levantam contra o tipo de um suposto jornalismo que se faz em Portugal! Muitas dessas vozes são de jornalistas íntegros, jornalistas para quem o jornalismo é, de facto, uma nobre missão. Só que estes jornalistas são excepções honrosas, mas cada vez em menor número.

O sindicato da classe, presumível defensor do jornalismo em especial com a sua Comissão de Ética – ou qualquer coisa que o valha – e o seu Código Deontológico, defende mais os, digamos, jornalistas do que esse jornalismo. Se algum jornalista é hipoteticamente barrado de estar presente num qualquer evento porque, antes, não soube ser jornalista e respeitar o jornalismo, o Sindicato vem logo justificar que está lá para ir fazendo alguma coisa.

Mas não se defende o jornalismo defendendo-se quem não sabe dignificar a missão de jornalista! Relatar factos inverosímeis sem previamente constatar da sua veracidade, julgar os factos numa caldeirada deontologicamente punida … apenas nos escritos do Código Deontológico, confundindo-se relato dos factos com opinião sobre os factos, é este o jornalismo vulgar a que assistimos constantemente.

O povo Português já começa a estar bem informado e precavido. Vejam-se, por exemplo, os casos da Senhora Moura Guedes e do Senhor Tavares Teles com o seu “Pato”, a vergonha de qualquer jornalista e de qualquer jornalismo com vergonha!
Os Benfiquistas então sabem a cantilena de cor!

Um dos exemplos mais acabados de jornalismo de sargeta encontra-se na notícia de hoje do DN quando diz em parangonas que Luís Filipe Vieira viola os estatutos do Benfica ao apoiar o candidato do PS (Benfiquista, por sinal, mas cuja cor clubista não releva minimamente para o caso) à Câmara Municipal de Palmela!
E o seu, suponhamos, jornalista envido para a cobrança da avença encomendada, que dá pelas iniciais M. C. F, diz mesmo, com a maior desvergonha, que …

«A campanha eleitoral para a Câmara de Palmela pode ficar marcada por um incidente com repercussões nos estatutos do Benfica, após a participação do líder encarnado, Luís Filipe Vieira, numa iniciativa do candidato do PS».

E depois, julgando-se um sabichão quando não é mais do que pascácio de meia tigela, dá-se ao trabalho de citar artigos dos Estatutos do Sport Lisboa e Benfica, em vez de procurar saber previamente, como qualquer jornalistas assisado, os factos, os factos reais não os que a sua imaginação febril desejava que fossem factos para que a sua notícia pudesse ter a avença que ele, com o seu “jornalismo” de sarjeta, esperava. No mesmo estilo de parvoíce, tentou relembrar o episódio com Vilarinho e Durão Barroso, fazendo ainda alusão à camisola que o Presidente do Benfica teria vestida.

O mais engraçado – e que só revela a ignorância crassa ou o despudor para com o verdadeiro jornalismo – vem ainda dizer o dito jornal que …

«tentou contactar o presidente do Benfica e o director de comunicação do clube, João Gabriel, sem sucesso»!

Ou seja, não se conseguem comprovar os factos mas lança-se a atoarda na mesma!

Numa de “Madalena arrependida”, o próprio jornal acabou de desmentir pouco depois todos os factos noticiados antes pelo seu “prestimoso” colaborador, suposto jornalista. Isto é, lá teve de vir confessar e demonstrar as suas asneiras ditas jornalísticas mas que não passam de … asneiras!
Para o DN, afinal …

«Vieira a título pessoal em jantar político em Palmela»!

E tem o supremo descaramento de acrescentar que …

«o esclarecimento dessa condição foi feita pelo presidente do Benfica logo no início do jantar»!

Mas o próprio caso da camisola é igualmente esclarecido “ab initio”, sendo o DN obrigado outra vez a desmentir-se e a noticiar que …

«a camisola do Benfica com a inscrição “Muda Palmela”, foi-lhe dada pelo candidato Fonseca Ferreira, e não uma prenda sua ao socialista que quer roubar a autarquia à CDU».

E o mais ridículo ainda, se mais ridículo ainda houvesse para acontecer, é que Luís Filipe Vieira nem a camisola vestiu! Limitou-se a pô-la à sua frente para umas fotografias!...

Isto é, apesar dos esclarecimentos prévios ao acontecimento, à ocorrência dos factos, dos factos reais e verdadeiros, ainda assim existe um indivíduo que alguns podem alcunhar de jornalista mas que, subvertendo todos esses factos, vem noticiar acontecimento totalmente falso e envergonhar o jornalismo!

E o que dirá o Sindicato perante estes factos?
O costume, claro!...
Não dirá nada!
O Código Deontológico é para estar bem emoldurado!
O jornalismo é para continuar a afundar-se cada vez mais na sargeta da sua pestilência!