"Salazar entendia que, os Militares, os Seminaristas e os Inefistas, não deveriam estar integrados na Universidade e não lhes atribuía o Grau de Licenciatura.
Em 2020 deverá comemorar-se a fundação do Instituo Nacional de Educação Física, hoje, Faculdade de Motricidade Humana, acontecimento que teve lugar em 1940, em plena II Guerra Mundial (1939/45).
Portugal era liderado pelo “União Nacional”, a que pertenciam todos os quadros superiores que dirigiam o País, sendo Salazar o Presidente do Conselho de Ministros que surgiu em 1926, depois em 1928, mas só se afirmou em 1933, tendo “resistido” até 1968.
Salazar era um homem de origens humildes, só que teve a possibilidade de entrar no “elevador social” (Mobilidade Social Ascendente), que é o Ensino Superior, e vir a ser Professor Universitário.
Só que a sua mentalidade estava condicionada pelos limitados horizontes de Santa Comba Dão, ao tempo, que, em certos aspectos o fazia adoptar um comportamento reservado em relação a tudo o que fosse moderno e típico das classes sociais privilegiadas. Aqui estavam incluídos os “Estrangeirados” que tinham vivido no estrangeiro e que, quando regressavam, traziam as “modernices”.
O Desporto foi uma delas. Homens cultos e esclarecidos criaram, em 1930, o primeiro Curso Superior de Educação Física, na Sociedade de Geografia de Lisboa o que levou Salazar, a ser “obrigado” a deixar criar o “I.N.E.F.”, em 1940, até para poder reorganizar o Panorama da Educação Física Nacional, que era tutelada pela “O.N.M.P.”, criada em 1936.
Até aí, a Ginástica dada nos Liceus, era professada por Médicos e Oficiais do Exército, que começaram, a partir de 1943, a conviver com os chamados Diplomados do “I.N.E.F.”, que Salazar “Tolerava”.
Salazar entendia que, os Militares, os Seminaristas e os Inefistas, não deveriam estar integrados na Universidade e não lhes atribuía o Grau de Licenciatura.
Só em 1968, a “O.N.M.P.” (Mocidade Portuguesa) abandonou as Escolas.
Só um ano depois do “25 de Abril”, é que, por Decreto-Lei foram reconhecidas as Licenciaturas dos Militares, Sacerdotes e dos Professores de Ed. Física do “I.N.E.F.”.
O “I.N.E.F.” só depois dessa data, se libertou da absurda subordinação da Direcção Geral dos Desportos, quando foi integrado no Ensino Superior.
Todo este caminho foi penoso, e sobre tudo, implicou muita luta contra o Preconceito que havia em relação á Educação Física que era considerada, por alguns, como Salazar, (o homem das botas), como uma actividade menor...
Hoje está a ombrear, com outras Faculdades, mas a questão fundamental do Ensino persiste por resolver: é que os Docentes Licenciados em Motricidade Humana não são, nas Escolas Secundárias, treinadores nem animadores desportivos, mas sim Educadores Através do Movimento, o que ainda não acontece, talvez porque não há uma fiscalização adequada, e qualificada, por parte do Ministério da Educação e o respectivo Departamento Inspectivo.
É preciso que o M.E.N. perceba que esta Disciplina, não é igual ao Inglês ou à Matemática, é especifica e contribui, mais do que qualquer outra para a Formação Cívica dos futuros adultos, para a Coesão Social e para o Espírito de Cidadania que irá consolidar a ideia de Nação, com uma cultura própria que caracteriza o português do século XXI.
P.S. – O I.N.E.F. funcionou, primeiro, na cave do Liceu Pedor Nunes, em Lisboa, depois na Escola do Magistério Primário, em Benfica, e só depois na Cruz Quebrada na Quinta da Graça, aonde ainda hoje permanece como Faculdade de Motricidade Humana."
Mário Bacelar Begonha, in i
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