"Depois de mais uma irritante pausa para as selecções, o futebol português regressa com a Taça de Portugal e a festa em Vizela. De seguida, teremos competições europeias com a viagem à Alemanha. Campeonato? Só no próximo dia 30, quando recebemos o Marítimo na Luz. Terão então decorrido vinte e um dias desde a jornada anterior, situação que nem é a pior na presente temporada, pois entre a 7.ª e a 8.ª jornada passou-se praticamente um mês.
Os calendários competitivos portugueses parecem desenhados por alguém que quer matar a paixão dos fãs pelo futebol. Em nada os favorecem, assim como não favorecem os clubes, nem os jogadores. Resta saber quem beneficia com eles, e como se justifica a insistência em opções que aparentemente não fazem qualquer sentido.
Quanto às absurdas pausas impostas pela FIFA - porque não concentrar todas as provas de selecções em Junho e Julho, onde teriam muito maior visibilidade e interesse, não perturbando os clubes e a preparação dos jogadores? -, o poder de decisão está longe. Mas relativamente a tudo o resto, Liga e FPF poderiam fazer bastante, começando por evitar esta sucessão de semanas sem a competição nacional que mais interessa desperta nos adeptos, que são, afinal, quem tudo paga. E, já agora, evitar também jornadas a meio da semana, como já sucedeu nesta época, e que servem apenas para bater recordes negativos de assistência.
Começar o campeonato com o mercado de transferências aberto é outra das aberrações, tal como meias-finais de Taça em duas mãos disputadas com meses de intervalo.
Parvoíces não faltam, e talvez não fosse difícil evitá-las."
Luís Fialho, in O Benfica
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