"O assassínio do Benfiquinha tinha tudo para ser o mais pequeno livro de Agatha Christie. Em meia página, a autora conseguiria ilibar o mordomo e encontrar provas claras incriminando Jorge Jesus como o vil assassino. Num volte-face bem à beirinha do fim da narrativa, o amadorense escaparia à condenação, apresentando em tribunal 6 milhões e testemunhas abonatórias, que ainda bêbados dos festejos do título, sairiam com ele em ombros da casa da justiça.
Entrando em modo trovão e de rompante na vida dos Benfiquistas, na primeira temporada na Luz disparou uma bomba atómica tão poderosa em cima daquela caricatura de Glorioso, que mesmo tendo em conta a interminável desgraça que haviam sido os 15 anos anteriores, os 3 campeonatos que sucederam a época 09/10 foram os desastres mais difíceis de digerir da história moderna do Sport Lisboa e Benfica, tão grande foi a expectativa criada pelos primeiros 12 meses de um treinador transformado em salvador, acompanhado do exponencial aumento do investimento numa equipa, que todos se haviam habituado a ver se construída com pouco mais do que trocos e empréstimos com cláusulas de compra raramente activadas.
Empurrado ou de livre vontade, 6 anos depois de ter enterrado o diminutivo de Benfica numa tumba bem funda, JJ fez-se à estrada, deixando para trás o colorido da sua presença, 3 campeonatos, 1 Taça de Portugal, quilos de Taças da Liga, participações anedóticas na Liga dos Campeões, constando apenas 1 passagem da fase de grupos e duas finais da Liga Europa, com trajectos iniciados nos atrás descritos afogamentos na piscina dos graúdos.
Navegando nos recentes resultados do Mago do Transformismo Clubístico (sem ironia, apraz-me registar), muitas são as vozes vermelhas e brancas que bradam aos céus pelo seu regresso ao Clube da Águia, apontando-o como o único caminho para a melhoria de resultados, ignorando que descontando o seu discurso, as Taças da Liga em catadupa e as finais europeias, mas somando mais um sucesso na fase de grupos da Champions, temos pois que o pós-JJ não foi bem o drama nacional previsto nem o descalabro europeu em relação ao descalabro europeu existente.
O valor do amigo de Luís Filipe Vieira nunca estará em causa. Os princípios nunca deixarão de ser colocados em cima da mesa. Abandonado o Glorioso, o sonho molhado de muitos Benfiquistas entrou directamente no Hospital Psiquiátrico de Alvalade, construindo na temporada 15/16 um candidato com base em 2 prerrogativas de sua autoria: o já habitual investimento até secar o clube; o ensurdecedor barulho do circo dos vouchers. Terminando o campeonato em 2º com recorde de pontos, não se coibiu de colocar em causa a legalidade da vitória do SL Benfica, teoria que há bem pouco tempo não teve vontade de negar a um fantoche do JN. O passado de Jorge Jesus no Benfica foi bestial, mas para o Maior do Mundo, no presente e no futuro ele não passará de uma besta. Na Catedral, só como adversário e em situações em que a sua entrada não possa ser proibida, por exemplo, ao serviço do Sporting CP. Até porque Pinto da Costa gosta muito dele, são muito amigos, mas para treinador só o quis quando ganhava no SL Benfica... mistérios da vida..."
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