"A recusa de Cillesen em mudar-se para a Luz deve ser caso de estudo. O Benfica é um grande clube, 37 vezes campeão nacional, 26 vezes vencedor da Taça de Portugal, sete vezes triunfador da Supertaça e duas vezes campeão europeu. Mas, para um determinado nível de futebolistas, apesar da história, do prestígio, das condições de trabalho, de uma massa imensa de sócios e adeptos que pintam de vermelho os caminhos da lusofonia e de uma situação financeira que sugere estabilidade, jogar no Benfica são é apelativo. E a razão de tal desinteressante não tem a ver com o clube - um dos maiores do mundo - mas da circunstância onde este desenvolve parte substancial da sua actividade, a Liga portuguesa.
Há muita gente que não gosta de encarar a realidade mas esta, patente diariamente na imprensa de Badajoz para lá, diz-nos, cruelmente, que a interesse do resto do mundo pelo nosso futebol domésticos é meramente residual. Sejamos claros: tendo em carteira outras possibilidades, que jogador que vir jogar para uma Liga onde as acusações de corrupção andam permanentemente no ar, o insulto é corrente e a cultura de ódio significa, para muitos, uma forma de estar? Visto de fora, será este um ambiente convidativo?
A Liga de Clubes, que vai a votos em breve, deve reflectir sobre a forma de inverter uma situação que empurra o nosso campeonato para o afastamento dos melhores. É preciso que acolha, por exemplo, sem tibiezas, a causa da centralização dos direitos televisivos, única forma de aumento da competitividade, e que apoie, com coragem, os movimentos que procuram erradicar os holligans dos estádios."
José Manuel Delgado, in A Bola
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