"A promoção de Bruno Lage veio reforçar a aposta nos jovens formados no Benfica, mas também mostrar que há outro elevador em funcionamento.
Se o tempo está a confirmar que o Benfica foi o clube que melhor trabalhou a formação nos últimos anos, o mesmo tempo encarregar-se-á de mostrar que o ‘viveiro’ do Seixal não tem apenas jogadores.
Bem vistas as coisas, esta dedução até deveria ser lógica, na medida em que é impossível formar jogadores de qualidade sem o acompanhamento certo. Para lapidar talento é preciso ter professores competentes, e cedo os responsáveis benfiquistas perceberam que isso era tão importante quanto acertar no recrutamento de potenciais craques.
A construção do centro de treinos do Seixal foi a base fulcral para a definição de uma estrutura sólida, com duas palavras-chave indissociáveis: é tão verdade que a estabilidade vem da identidade como o inverso.
O Benfica definiu uma linha orientada clara e deu tempo a quem trabalha na formação, o que permitiu ir ajustando coerentemente o processo de construção do tal perfil transversal.
Bruno Lage até esteve seis anos fora, mas antes passou oito na formação encarnada. Renato Paiva, que herdou a equipa B, está no Benfica desde 2004. Ainda mais tempo de clube tinha João Tralhão, que saiu em Outubro para ajudar Thierry Henry no Mónaco. A equipa de sub-23 do Benfica ficou com o irmão, Luís, que está no Benfica desde 2017. O irmão de Bruno Lage, Luís Nascimento, agora a comandar os sub-19, soma quase 14 anos seguidos de águia ao peito. O mesmo se aplica a Luís Araújo, líder dos sub-17, e mesmo Filipe Coelho, agora com os sub-15, já soma quase uma década a trabalhar no clube.
É verdade que mais recentemente registaram-se mudanças a um nível hierarquicamente superior – Pedro Mil-Homens assumiu a direcção do centro de treinos do Seixal em 2017, e há um ano Pedro Marques tornou-se director técnico da formação encarnada-, mas para já, sem sinais de um rumo alterado, o Benfica vai tirando dividendos do seu ‘viveiro’.
A promoção de Bruno Lage veio reforçar a aposta nos jovens formados no clube, mas também mostrar que há outro elevador em funcionamento. E se a porta se voltar a abrir será a altura de Renato Paiva, que ainda na passada quarta-feira juntou-se a Lage no treino da equipa principal aberto ao público.
Seria mau sinal para o Benfica se isto acontecesse a curto prazo, mas ao menos Luís Filipe Vieira saberia que o botão de emergência funciona."
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