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quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

Vingar no futebol sénior: ciência ou sorte?

"Inúmeros são os atletas que, evidenciando algum nível de talento e tentando fazer o melhor ao seu alcance, nem sempre vingam na carreira profissional desejada. Em boa verdade, uma percentagem ínfima de praticantes chega ao tão desejado futebol profissional... pelo menos, ao futebol que “pinta” a imprensa e restante media.
A grande maioria, acaba por desenvolver a sua carreira em clubes de ligas menores – muitas vezes com elevados níveis de entrega e sacrifício pessoal (por serem empurrados para “carreiras duais” – trabalhando de dia e treinando de noite) mas sem o tão desejado reconhecimento e retorno financeiro.  
Aposta na Profissionalização? Nem Sempre
De facto, “futebol ciência” é um propósito vivido apenas nos grandes clubes onde, para se poder ter “futebol profissional”, se investe numa estrutura igualmente profissional – por outras palavras, o desempenho desportivo destes atletas, resulta da acção invisível de um conjunto de outros excelentes profissionais que, tendo também eles condições para se dedicar ao seu próprio trabalho, diariamente contribuem para transformar todas as acções/metas cada vez mais quantificáveis, avaliáveis, mensuráveis... logo passíveis de serem optimizadas através de processos com evidência científica. 
Curiosamente, mesmo quando um clube recebe um investimento externo (por ter sido comprado, por exemplo) a aposta passa por tentar adquirir o melhor treinador e os melhores atletas que o orçamento possa comportar (soluções a curto prazo – infelizmente, a “bandeira nacional”) e não num claro investimento na profissionalização da estrutura, essa sim, a única possível responsável pela elevação da qualidade que o Clube conseguirá “produzir” a médio/longo prazo (e que, paradoxalmente, poderá vir a garantir a subsistência do mesmo).

Soluções Para os Atletas? Foco na Tarefa!
Fruto deste enquadramento, o possível sucesso desportivo de um atleta resulta, invariavelmente, de 3 escolhas (tarefas):
- Aposta clara, durante o período de formação do Atleta (diria, pelo menos até aos 20/21 anos), em clubes que apresentem sólidos projectos de formação, assentes em boas condições desportivas e de estrutura, no que respeita aos profissionais que iram suportar a sua prática desportiva – ao invés de procurar o clube que, no imediato, “paga mais” (a curto prazo “muito apetecível”, mas a médio-prazo pode vir a revelar-se uma decisão que compromete claramente a progressão na carreira)
- Empresário – esta é uma área que, espera-se, esteja a mudar francamente em Portugal. Mais do que o “habilidoso em comunicação” que “diz” ter inúmeros contactos (infelizmente, ainda o mais usual), é importante que, na altura de se escolher, se encontre um “parceiro” – alguém com quem se partilhe valores morais e se construa um projecto comum, assente numa base de confiança e compromisso (algo que ainda não é muito comum, seja da parte do empresário ou mesmo do próprio atleta, que também precisa mudar a sua atitude neste tipo de relação). Felizmente, já começam a aparecer bons exemplos de profissionais/empresas que levam esta função também de forma profissional – cabe ao Atleta escolher um “aliado” que evidencie resultados... e não apenas que afirme que os tem.
- Por último, e o mais importante de tudo (por ser a Única coisa que o Atleta Controla), que de fato viva, desde já, a realidade que quer vir a experienciar no futuro ou, por outras palavras, não fique à espera de “ser” atleta profissional para se começar a Comportar como tal.

E a Sorte?
Sabemos, de facto, que as oportunidades surgem, com mais frequência, a atletas que, de forma consistente, evidenciam esforço, entrega e capacidade de sacrifício, encarando cada treino como mais uma oportunidade de crescimento e progressão que não querem, de todo, perder – entrega e intensidade são, desta forma, variáveis fundamentais para poder aumentar a probabilidade de sucesso. A “sorte” é aquela “pitada de sal” com a qual o atleta não deve contar e que, se surgir, irá (momentaneamente) elevar a sensação de realização que, desde sempre, o Atleta deve estar já a ser capaz de sentir.
Afinal, é suposto ser “Bom”... é suposto querer-se esta carreira porque, acima de tudo, o atleta se sente feliz – felicidade esta que, condicionando extraordinariamente o rendimento do atleta (que tende a evidenciar os melhores resultados sob esta emoção), depende apenas do próprio e não do retorno e reconhecimento externo – aliás, como tantos casos de “aparente” sucesso e clara desmotivação/infelicidade, assim o comprovam."

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