"O que fica é um empate que, dando vantagem ao Sporting, determina que os jogos do Funchal e da Luz comecem à mesma hora.
1. Ontem o empate em Alvalade permitiu que o Porto de Jorge Nuno Pinto da Costa e Sérgio Conceição festejassem mais um título no sofá. Em Alvalade, Rui Vitória montou bem a equipa e, na primeira parte, o Benfica surpreendeu Jorge Jesus. Teve ocasiões para marcar como aquele lance, logo no arranque da partida, de Rafa. No início da segunda parte, o Sporting mostrou que o intervalo lhe fez bem. Mas, Jiménez teve, outra vez, um lance que permitiria que o Benfica se adiantasse no marcador. O que fica é um empate que, dando vantagem ao Sporting, determina que os jogos no Funchal e da Luz, na próxima jornada, comecem à mesma hora, já que serão determinantes para uns possíveis ou 40 milhões para o Benfica ou 20 milhões para o Sporting. É muito dinheiro e será, decerto, muita disputa. Mas a noite de ontem foi de festa no Porto e de verdadeiro empate em Lisboa. Sortilégio do futebol e com uma arbitragem de Carlos Xistra que, do ponto de vista disciplinar, deixou muito a desejar.
2. (...)
3. As principais ligas europeias estão todas a terminar. E o que é certo é que nenhum dos finalistas europeias foi campeão no seu país. E com a Espanha a dominar as competições europeias nos últimos anos. Faltam, assim, as duas finais das competições europeias e daqui a pouco as atenções da tribo cada vez mais imensa do futebol concentram-se no Mundial da Rússia. E mal este termine arrancam as pré-eliminatórias das competições europeias e grande parte da nova época desportiva nas ligas que prendem a atenção. Este ano não teremos, de verdade, férias do futebol. Não haverá pausas televisivas. Estaremos em permanência, ligados aos écrans! E assim aproxima-se o Mundial e os seus sonhos, a Rússia e os seus símbolos. Este é o vigésimo primeiro Mundial. Portugal marcou presença pela primeira vez em 1066. Só regressou em 1986, no México. E desde o Mundial da Coreia do Sul/Japão, em 2002, é presença assídua. O que dá milhões à nossa Federação. Na Alemanha (2006), na África do Sul (2010) e no Brasil (2014) lá estivemos. O meu primeiro Mundial na TV foi o de Espanha em 1982. E não esqueço que em 1942 e em 1946 não se disputaram os Mundiais em razão da dramática segunda guerra Mundial. Como aprendi que o francês Lucien Laurent marcou em 13 de Junho na capital do Uruguai o primeiro golo da história dos Mundiais. Eram três horas e dezanove minutos da tarde. E só no Mundial do Brasil em 1950(!) é que participaram, pela primeira vez, a nas qualificações, as quatro Federações do Reino Unido. Que não acreditavam que, tendo criado as regras do futebol, existissem competições fora do seu território! Como importa recordar, nas antevésperas de mais um Mundial, que a selecção da Palestina disputou a fase de qualificação europeia do Mundial de 1938 e que neste Mundial de França a Hungria derrotou a selecção das Índias Holandesas por seis bolas a zero! E que no Mundial de 1966 houve um boicote africano a que se juntaram a Coreia do Sul e a Síria. Ficou, ou dito de outra forma, furou o boicote, a Coreia do Norte que derrotámos nos quartos de final num jogo memorável da nossa selecção e, em particular, do saudoso Senhor Eusébio da Silva Ferreira. E, assim, em cada um dos próximos domingos vamos trazer, aqui, momentos e recordações dos Mundiais de Futebol. É que do Uruguai à Rússia vão 88 anos. E cada Mundial é um marco na história do futebol, na geopolítica do futebol e, também, nas relações internacionais. Os Mundiais ajudam a entender, em cada um dos seus momentos, a história do Mundo, as suas contradições e, até, o que é transitório e o que é permanente. Situações e factos que muitos que vivem no e do futebol ignoram totalmente.
4. (...)"
Fernando Seara, in A Bola
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