"Benfica entrou a mandar mas não marcou. Sporting em vantagem pela Champions.
Benfica surpreendeu
1. Primeira parte muito fechada. O Benfica a surpreender construindo um meio campo reforçado com a aparição de Samaris perto de Fejsa e Rafa e Pizzi a bloquearem as fixas deixando Jiménez solto na frente jogando a toda a largura do ataque. O Sporting a parecer surpreendido com a pressão interior promovida pelos centro-campistas encarnados e a evidenciar imensas dificuldades para construir o seu jogo a partir de zonas mais recuadas. William a jogar uns metros à frente de Battaglia emperrava a capacidade de organização do jogo da equipa de Jesus e a sua lentidão e dificuldade em jogar de costas para a baliza contrária trazia inferioridade numérica à sua equipa e a balança pendia notoriamente para as cores vermelhas. Garrotando a construção do jogo dos leões o Benfica soltava-se energicamente para o assalto à baliza de Rui Patrício e não fosse a superlativa exibição do enorme guarda-redes leonino o resultado ao intervalo seria comprometedor para as hostes leoninas.
Jesus a pensar
2. As três oportunidades claras de golo desperdiçadas pelo Benfica, contrastando com uma única criada pelo génio de Bas Dost, faziam Jesus pensar na melhor estratégia de conseguir acender as luzes do seu jogo ofensivo, o que passava pela capacidade de fazer chegar a bola em condições ao seu médio de ataque - Bruno Fernandes - e permitir que este municiasse o seu trio de ataque. O momento ofensivo dos leões passava pelas acelerações interiores e exteriores de Gelson o único jogador do seu conjunto a mostrar argumentos para sair da teia defensiva urdida por Rui Vitória.
Sporting mexe e melhora
3. Jesus detectou as lacunas do jogo do seu meio campo e promoveu ajustes que passaram essencialmente numa primeira fase pela passagem de William para uma zona mais recuada, agarrando o jogo pelo colarinho, disciplinando e dividindo o jogo dos seus pares. O Sporting melhorava a olhos vistos e permitia que finalmente Bruno Fernandes e Gelson tivessem bola para servir Bas Dost. Jardel e Rúben Dias começavam a ter trabalho árduo. Após esta primeira alteração posicional, Jesus oxigena a equipa com a saída de William e a entrada de Acuña. O jogo ganhava equilíbrio e os espaços iam surgindo para as duas equipas. Jiménez e Gelson iam desperdiçando oportunidades e o jogo entornava para um lado e para o outro e o equilíbrio era a nota dominante.
Rui Vitória lançava Jonas na busca de maior qualidade na definição e Jesus percebendo que só pode ganhar se conseguir defender melhor o jogo e ter condições para lançar Acuña e Gelson - lança Misic e Lumor - e fechava o jogo. Este ia galopando rapidamente para o seu fim e mostrava na sua análise global um jogo equilibrado, com sinal mais para o Benfica na primeira parte e uma reacção estratégica e táctica do Sporting na segunda parte, evidenciando ontem os da casa as mesmas virtudes e defeitos de toda uma época e que passam por uma superior organização defensiva e algumas dificuldades no momento ofensivo, sempre dependente da criatividade e dos esticões promovidos por Gelson e da conclusão de Bas Dost, o que subtrai algum poder de fogo à equipa. Quanto ao Benfica, que só se pode queixar de si mesmo por ter desperdiçado tantos pontos na luta para o título e ter aparecido ontem em desvantagem perante o seu adversário directo, conseguiu apresentar um plano de jogo que lhe permitiu sonhar em largos momentos com a vitória e revelou-nos um Samaris e um Douglas em bom plano, confundindo o meio-campo do Sporting - Piccini e Battaglia aos papéis na primeira parte pelas movimentações de Zivkovic e Rafa. Ganha vantagem o Sporting neste confronto directo pelo segundo lugar, ficando tudo adiado para a última jornada."
Daúto Faquirá, in A Bola
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