"Foi também esta 'comunidade' que ganhou o tetra. Uma família. Um colectivo que irradia felicidade.
1. (...)
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3. Pelo que vi ontem o Estádio do Bessa não encheu. Acredito que os dirigentes do Boavista tudo fizeram para que as bancadas estivessem repletas. O que seria uma boa notícia para a sua tesouraria.
Os jogadores do Boavista merecem um cumprimento bem especial pela louvável atitude que tiveram no arranque do jogo ao saudarem, de forma bem especial, os novos campeões nacionais. Os tetracampeões nacionais. E a cidade do Porto soube receber os campeões. Em festa e com sorrisos. Com alegria e com prazer. Com paixão e, digo eu, com alguma vaidade. E digo-o já que durante alguns anos dei aulas no Porto e senti aquela paixão e pressenti, poucas vezes na altura, assumo-o, aquela vaidade. Como escreveu Ernesto Sábato «a vaidade é um elemento tão subtil da alma humana que a encontramos onde menos se espera: ao lado da bondade, da abnegação e da generosidade»!
4. O Benfica foi ao Porto e soube sofrer. Foi um justo empate. Primeira parte do Boavista. Segunda do Benfica. Justa igualdade. Mas ontem, no Bessa, Rui Vitória entregou legitimamente a faixa de campeões nacionais aos jogadores que ainda não tinham minutos nesta Liga. Foram trinta e dois os campeões! Pedro Pereira, Hermes e Kalaica - grande golo! - foram titulares frente ao Boavista. Eliseu foi, com orgulho dele e alegria nossa, o capitão da equipa. E desta vez sem a vespa que já deu uma volta ao mundo e não apenas à Luz! E Paulo Lopes, que também envergou a braçadeira, e com satisfação global, defendeu por largos minutos a baliza do seu Benfica. Ele que é, ano após ano, o homem que ergue no topo da baliza - entre a barra e o poste e abanando bem as redes - o troféu que o Benfica há quatro anos conquista. Foi também esta comunidade que conquistou o tetra. Uma família. Um balneário. Um colectivo. Uma comunhão que irradia felicidade e mostra fidelidade. Já Johann Goethe escrevia que «quem faz com alegria e se alegra com o efectuado é feliz»! E acrescenta Edgar Allan Poe que «para se ser feliz até certo ponto é preciso ter-se sofrido até esse mesmo ponto». Foi o que aconteceu ao Benfica ao longo da época. Sofreu e sorriu. Foi fiel e foi feliz. E irradiou felicidade. A muitos milhões. Que teriam gostado, porventura, de outro resultado no Bessa. Mas como escutamos tantas vezes «é a vida...». Ao cair do pano!"
Fernando Seara, in A Bola
PS: O Seara usou bem a 'arma' da 'fina ironia' no primeiro parágrafo do ponto 3! Aquilo que os dirigentes do Boavista fizeram, foi vender bilhetes ao público em geral e depois não os deixar entrar... Burla...!!!
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