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Pinto da Costa falou. Surpreendeu. Ninguém esperava ouvir aquilo, dados os antecedentes. Lembremo-los, em três penadas.
1. Na fase de afirmação (anos oitenta, que corresponde à chegada de Pinto da Costa à presidência), o FC Porto desafiou a hegemonia lisboeta e endureceu o discurso de ruptura inventado por José Maria Pedroto. Basicamente, Pinto da Costa atacou e denunciou árbitros; arbitragens; roubos de igreja; Calabote; conspirações e campanhas urdidas pela Imprensa lisboeta.
2. Na fase de consolidação (anos noventa, que corresponde à constituição do FC Porto como potência futebolística dominante), o discurso oficial adaptou-se à nova realidade. Basicamente: Pinto da Costa passou a atacar e denunciar árbitros; arbitragens; roubos de igreja; Calabote; conspirações e campanhas urdidas pela Imprensa lisboeta.
3. Na fase de expansão (anos dois mil, que corresponde à afirmação do FC Porto como grande clube europeu e mundial), o discurso oficial suavizou-se: passou a privilegiar a expansão da marca FCP e o alargamento da base de apoio.
Basicamente, Pinto da Costa tem atacado e denunciado árbitros; arbitragens; roubos de igreja; Calabote; conspirações e campanhas urdidas pela Imprensa lisboeta.
Surpresas à parte, para trás ficam 30 anos de excelência competitiva. Uma mística única. Zonas e episódios sombrios. Um Apito Dourado. Muitos e grandes negócios. Contas sempre no vermelho. Um ror impressionante de títulos e honrarias. E um presidente extremamente repetitivo. Para o bem. Para o mal."
André Pipa, in A Bola
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