"O Benfica está disposto a fazer um esforço para segurar Rodrigo nesta abertura no mercado de transferências, lemos todos na primeira página de ontem de A BOLA.
Como se que se lê retira sempre mais do que aquilo que está escrito, acabo por deduzir algo que me surpreende. Não pelo conteúdo, mas pela forma. A mensagem que me chega é que o Benfica está disposto a sacrificar as contas para não prejudicar a vertente desportiva.
Com Cardozo a tentar recuperar de complicada lesão e ainda sem data para o regresso - Jesus disse no fim de semana que não sabe quando poderá contar com o paraguaio, e para o reforçar acrescentou que talvez nem o departamento médico arriscasse uma previsão - o Benfica encontrou finalmente um onze e um princípio de jogo, que funcionam.
Não foi fácil, como se comprovam alguns deslizes. Parte do sucesso virá do facto de Rodrigo estar já amplamente adaptado ao futebol português e à equipa, outro, naturalmente, da qualidade superior de um meio-campo onde Gaitán e Enzo Pérez se assumem como jogadores de classe mundial e outro ainda ao facto de todo o grupo ter passado a conseguir aplicar em campo as ideias de Jorge Jesus, e as dinâmicas por ele impostas.
Perder Matic foi já uma machadada no plantel, deixar sair Garay pode complicar a estabilidade defensiva - ainda que Jardel e Steven Vitória sobrem para as encomendas em Portugal - mas o maior perigo que, a meu ver, enfrenta hoje o Benfica é o de ficar sem o seu goleador. No plantel não se vislumbra alguém com capacidade para decidir como ele - isto porque Cardozo não está bem, claro. Lima foge para os flancos e precisa de várias oportunidades para fazer um golo, Funes Mori ainda não mostrou os créditos que levaram à contratação. Segurar Rodrigo será, então, a melhor forma de Luís Filipe Vieira dizer que o objectivo supremo é mesmo o sucesso desportivo. Deixá-lo ir é aceitar o que a sorte destinar. Resignado."
Nuno Perestrelo, in A Bola
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