"Hoje venho falar de algo que, infelizmente, já é um deja vú no quotidiano do Universo benfiquista. A gestão de expectativas nos jogadores tem-se revelado como um problema cada vez mais comum no futebol e estando o SL Benfica na vanguarda do futebol de formação há alguns anos, esse problema também se tem verificado por cá.
Nós vivemos na era da globalização, sendo que com o aparecimento e a presença cada vez mais activa da sociedade nas redes sociais, os jogadores têm cada vez mais acesso à informação. Informação essa que vai muito além do que se vê nos jornais e nas televisões.
A opinião pública expressa de uma forma cada vez mais vincada nas redes sociais sobre os mais diversos temas e o futebol não é excepção. Diz-se que em Portugal passa-se de bestial a besta muito rapidamente e nas redes sociais, esse ditado aplica-se de forma bem mais patente.
Com isto, um jovem jogador que se destaca na equipa B do Benfica, ganha bastante hype e a opinião geral é de que deve ser aposta na equipa principal a breve prazo. Da mesma forma que quando o mesmo jogador não mostra rendimento imediato na equipa principal, é rotulado como um jogador que não tem qualidade nem tem futuro na equipa A.
Desde que as camadas jovens do Benfica começaram a ganhar visibilidade e notoriedade há alguns anos, que se verifica um pouco esta volatilidade aos jogadores que mais se destacam na formação encarnada, sobretudo na equipa. Hoje, isso aplica-se sobretudo nos casos de Gonçalo Ramos e de Paulo Bernardo.
Estes são dois dos jovens jogadores que geraram mais hype nos últimos dois anos, sendo que a fraca aposta neles por parte do treinador Jorge Jesus gerava forte contestação entre os adeptos. Da mesma forma que, pelo facto de ainda não se terem afirmado actualmente na equipa principal, muitos adeptos encarnados consideram que são curtos para o Benfica e não têm qualidade.
Infelizmente, o adepto do Benfica tem esta volatilidade e não sabe gerir as expectativas quanto ao rendimento aos jogadores. Querem que o Benfica aposte na formação, mas depois quando o jogador A, B ou C é lançado na equipa principal, não têm paciência nenhuma com ele. Se não tem rendimento ao fim de 5 ou 10 jogos na equipa principal, não é jogador para o Benfica.
Não podemos matar os jogadores da formação à nascença. É preciso entender que, por muito talento e potencial que os jogadores da formação do Benfica demonstrem, nem todos têm a mesma mentalidade e maturidade competitiva. E com isso existem jogadores que se adaptam a patamares competitivos mais elevados mais rapidamente do que outros.
Lá porque jogadores como Renato Sanches e João Félix conseguiram causar rendimento imediato na equipa principal, não quer dizer que todos os jogadores que transitam directamente da formação para a equipa principal sejam capazes de o fazer. Até porque casos como o destes dois jogadores, são mais a excepção do que a regra."
Adoro ver palermas como este Tiago Serrano a falar pelo Universo Benfiquista em geral. O homem sabe tudo e até mais do que quem trabalha com eles diariamente.
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