"Aproximam-se as eleições legislativas, e ainda não sei em quem votar. Seja de direita, centro ou esquerda, ainda não houve partido que lançasse para a mesa o tema que mais urge tratar para recuperar a economia portuguesa: ver o Benfica a vencer.
De que forma podemos medir o impacto de um empate na Luz com o Moreirense no nosso PIB? Quantas reservas no restaurante terão sido desmarcadas à última da hora no sábado à noite? Quantos trabalhadores terão apresentado uma produtividade muito próxima de zero na segunda-feira? Ninguém é capaz de medir. Então, porque se continua a falar em IRC? Em IRS? Pouco me importa o choque fiscal - eu gostaria era de evitar um choque emocional a cada fim de semana. Alimentei até à última hora a esperança de ver o Otamendi candidatar-se a primeiro-ministro, mas compreendo que depois talvez faltassem elementos para completar a restante lista de deputados.
Falta alguma coisa a este Benfica, e eu não sei bem o que é, apesar de saber que é um pouco de tudo. No balneário, no relvado e nas bancadas. Parece que precisamos todos de tirar um doutoramento para voltar a ser Benfica, quando para sermos isso bastava nascer. Da minha parte, procuro cumprir naquilo que me compete e onde sei que posso ser uma mais-valia: festejar golos. Sou um celebrador em prática esta minha virtude preciso do que os marquem em maior quantidade. Haverá outros adeptos com maior capacidade para insultar o árbitro, repreender os jogadores ou reclamar com a Direcção. Eu limito-me a fazer aquilo em que sou bom. Não o podendo fazer como gostaria, talvez não tenha alternativa a não ser votar num partido de esquerda: tenho ter de recorrer à eutanásia."
Pedro Soares, in O Benfica
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