"Nesta quarta-feira, o Sport Lisboa e Benfica recebeu no Estádio da Luz o Sporting Clube de Braga para os oitavos-de-final da Taça de Portugal. Jogo grande da eliminatória, que trouxe à memória dos benfiquistas o jogo de há precisamente cinco anos, no qual o SC Braga se deslocou à Luz, na mesma competição e eliminatória, para derrotar o SL Benfica por 2-1.
A equipa de Bruno Lage chegou a este jogo num grande momento, depois de ter realizado de forma consecutiva as três melhores exibições da época – muito fruto da equipa ter estabilizado um 11 no qual se enfatiza a posse de bola e a criatividade no centro do terreno.
Já o SC Braga chegou à Luz depois de uma derrota em casa com o FC Paços de Ferreira. Os guerreiros do Minho ainda procuram uma identidade e vão variando entre a fortíssima equipa europeia e a tremida equipa nacional. Uma das curiosidades para este jogo era perceber se, perante a exigência do duelo, a equipa de Sá Pinto iria claudicar nos ares de Portugal ou superar-se perante um adversário de nível europeu.
Os encarnados da Luz subiram ao relvado exactamente com o mesmo 11 dos últimos jogos, sendo a única excepção a titularidade de Zlobin na baliza. Já os arsenalistas apareceram com uma equipa bastante ofensiva, contando no ataque com Wilson Eduardo, Trincão, Ricardo Horta, Rui Fonte e também Fransérgio.
O jogo começou muito aberto e veloz, o que até beneficiou o estilo de jogo do Sporting de Braga. Com espaço para explorar as alas, a equipa minhota foi criando aproximações à baliza de Zlobin e obrigando o Benfica a voltar ao futebol de há uns jogos atrás, também muito na base de transições.
E foi nesse contexto de um jogo mais propício aos bracarenses que a equipa visitante chegou à vantagem: cruzamento da esquerda de Sequeira, que acabou por ser encostado por um infortúnio de Ferro.
Aos 14 minutos, o SC Braga adiantava-se no marcador, mas rapidamente as águias começaram a mudar a história do jogo. A equipa encarnada começou a conseguir pressionar mais alto, começou a condicionar a saída de bola dos minhotos e também começou a ter mais bola nos pés, favorecendo assim o futebol do tridente Taarabt, Chiquinho e Pizzi.
Foram só precisos seis minutos para, após um amortecimento de bola de Vinícius, Pizzi conseguir abrir a defesa arsenalista e, de fora da área, colocar a bola no fundo da baliza.
Com o jogo empatado, continuou-se a ver muitas corridas mas cada vez menos lances de bom futebol. A equipa de Lage conseguiu condicionar ainda mais os jogadores adversários, conseguiu ter mais bola e rondar com maior perigo a área de Tiago Sá, mas nem de um lado nem do outro surgiram continuados bons momentos de futebol.
O SC Braga pecou pela constante procura da profundidade e lateralização do jogo, tendo na área um jogador de apoios como Rui Fonte, preso no jogo aéreo entre Ferro e Rúben Dias.
O jogo foi empatado para o intervalo, com o Benfica a ser a melhor equipa em campo mas sem nunca conseguir impor totalmente o seu futebol.
A segunda-parte começou, sim, à Benfica. Com mais bola, com melhor qualidade de transporte e com uma pressão alta a anular o adversário e a colocar a equipa constantemente nas redondezas da grande área bracarense.
Os encarnados impunham o seu jogo e com naturalidade chegaram ao golo: finalização de Vinícius e erro grave de Tiago Sá, a deixar o esférico passar.
A superioridade encarnada durou mais uns cinco ou dez minutos, que foi o tempo que levou para a equipa recuar no terreno. Bruno Lage optou, ou deixou, que os jogadores recuassem no terreno e dessem bola e iniciativa de jogo ao Braga, e assim o Benfica começou a fazer não só um jogo de equipa não-grande, como principalmente um jogo que a equipa não sabe praticar.
Os bracarenses tiveram bola durante quase 30 minutos, mas sem critério, não apresentando criatividade no centro. Todo o jogo minhoto estava virado para a esquerda, a explorar as subidas de Sequeira, baseando-se na procura, sem sucesso, da linha para o cruzamento. Paulinho e Fonte na área, Horta na esquerda, Trincão encostado à direita e só Novais a tentar fazer algo com a bola.
Assim, e depois de uma entrada muito forte no segundo tempo, os encarnados decidiram convidar o Braga para o empate, mas a equipa de Sá Pinto simplesmente não soube como lá chegar. Um SL Benfica-SC Braga que muito prometia, que nos mostrou muita correria e muita luta, mas que, no fim, teve pouca qualidade técnica. Venham os quartos-de-final.
Onzes Iniciais e Substituições:
SL Benfica: Zlobin, Tomás Tavares, Rúben Dias, Ferro, Grimaldo; Pizzi, Gabriel, Taarabt, Cervi (Samaris, 78′); Chiquinho, Vinícius (Seferovic, 83′).
SC Braga: Tiago Sá, Esgaio, Bruno Viana, Sequeira, Wallace (João Novais, 79′); Palhinha, Fransérgio, Trincão, Ricardo Horta; Wilson Eduardo (68′), Rui Fonte.
A Figura
Pizzi – Com a braçadeira de capitão, o Luís Miguel de Trás-os-Montes deu continuidade às grandes exibições dos últimos jogos. Aliás, hoje até esteve um furo abaixo, mas mesmo assim foi o jogador mais decisivo do jogo. Juntou ao excelente golo uma enorme capacidade de rasgar a defesa adversária, com passes bem temporizados e assistências de luxo para os colegas finalizarem. No decorrer da segunda parte, foi-se alheando do jogo e vendo Chiquinho com maior capacidade de afirmação, mas nos últimos minutos voltou a aparecer e a quebrar o momento ofensivo do SC Braga.
O Fora de Jogo
Wilson Eduardo – Também aqui se destaca o capitão de equipa, mas desta vez o da equipa derrotada. A escolha de Wilson Eduardo é também uma nota negativa para Ricardo Sá Pinto. Um jogador completamente inofensivo, preso a um jogo básico de recepção e bombardeamento de bolas para a área. O extremo bracarense tem qualidades mas também muitas limitações. Consegue destacar-se pela sua qualidade de remate, vindo da direita para o centro. Hoje, preso à ala esquerda, não acrescentou velocidade, criatividade, meia-distância, nem nada digno de registo positivo."
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