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sexta-feira, 1 de junho de 2018

O estado a que isto chegou

"Fernando Salgueiro Maia morreu novo, aos 47 anos, mas deixou obra indelével e uma coragem imortal. O discurso que fez na madrugada de 25 de Abril de 1974, na Escola Prática de Santarém, quando anunciou às suas tropas que iam executar um golpe de Estado, ainda hoje ecoa na memória colectiva. «Meus senhores, como todos sabem, há diversas modalidades de Estado. Os estados sociais, os estados corporativos e o estado a que isto chegou. Ora, neste noite solene, vamos acabar com o estado a que chegámos! De maneira que, quem quiser vir comigo, vamos para Lisboa e acabamos com isto. Quem não quiser sair, fica aqui», disse.
As tropas ficaram surpresas com o discurso do então capitão, de 29 anos, mas todos decidiram acompanhá-lo na coluna militar, que, nessa tarde, acabou por aceitar a rendição de Marcelo Caetano no Quartel do Carmo e a entrega do poder a António de Spínola, que viria a ser o líder da Junta de Salvação Nacional.
O 25 de Abril acabou com a guerra nas então províncias ultramarinas, acabou com o Estado Novo, deu a democracia aos portugueses e contribuiu para a maior revolução sociológica de Portugal do último século. Depois dos primeiros tempos de euforia, viveu-se o Período Revolucionário em Curso (PREC) e apenas o 25 de Novembro de 1975 trouxe a normalidade.
Nos últimos dias, cada vez que me deparei com algumas notícias relacionadas, sobretudo com os dois grandes de Lisboa, lembrei-me mais uma vez das palavras de Salgueiro Maia. «O estado a que isto chegou; o estado a que isto chegou; o estado a que isto chegou; o estado a que isto chegou», foi uma frase que ecoou quase como um refrão do mais tristes dos fados.
Salgueiro Maia morreu há 26 anos. Ninguém herdou o seu espírito?"

Hugo Forte, in A Bola

PS: Como nunca conheci o Benfiquista Salgueiro Maia não posso testemunhar se alguém lhe herdou o espírito, agora uma coisa tenho a certeza, hoje, se ele estivesse vivo, seria um dos muitos, que lutaria contra a manipulação da informação, que a má-fé ou ignorância de muitos escribas, ajuda a alastrar - inclusive até à redacção de A Bola!!! -, colocando em causa, o Estado que ele ajudou a criar...!!!

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