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sexta-feira, 1 de junho de 2018

Futebol nacional rumo à perdição

"Na semana em que ficou a saber-se que os direitos televisivos da Liga francesa vão passar a valer 1163 milhões de euros, em vez dos 762 que actualmente rendem (depois da Série A italiana ter conhecido, há escassos meses, um incremento de calibre semelhante), a Liga portuguesa continua a sistemática queda no vazio, perdida em acusações e escândalos, sem que haja quem saia a terreiro em defesa do futebol nacional. O resto do mundo, que nos admira pela selecção campeã da Europa, pela formação extraordinária e pelos treinadores de elite, arrepia-se quando é confrontado com as imagens do assalto a Alcochete e assustá-se com os caos que se sucedem a ritmo impressionante, uns já sob a jurisdição da justiça, outros em investigação e muitos mais a voar por aí nas asas da especulação. Tornar-se difícil, nesta nave de loucos, distinguir entre o trigo e o joio, daí que a fórmula mais segura de aferição seja aguardar pelas decisões dos juízes, que já intervieram em dois casos, o E-toupeira e o Cash-Ball; nos restantes, a poeira ainda está muito longe de assentar e a guerra de comunicação gerada em torno deles torna ainda a nitidez mais difícil.
Tudo o que se deseja (no futebol como em todas as restantes áreas da sociedade) e dura lex, sed lex, doa a quem doer. Mas para além dos procedimentos legais, a percepção que o país está a ter do futebol, de quem anda no futebol, é terrível e deverá ser causa de afastamento, por pudor, das pessoas mais capazes, que pura e simplesmente não se querem misturar com tanta indignidade e que se recusam a frequentar uma casa que aparente ser sumamente mal frequentada."

José Manuel Delgado, in A Bola

PS: Errado Delgado.
A responsabilidade do jornalista é exactamente separar o trigo do joio... e não meter tudo no mesmo saco, como A Bola continua a fazer, como a capa na sequência da encenação do SIC, demonstrou! E essa coisa, de ficar à espera da decisão final da Justiça, é inaceitável... Primeiro porque o tempo da Justiça não é compatível com a defesa da dignidade dos falsamente acusados; segundo porque muitas vezes as questões técnicas da Justiça, nada têm a ver com o viciação de resultados desportivos na prática...
É confortável não tomar posição, seja por preguicite intelectual, seja por incompetência, seja por má-fé, mas quando a Imprensa se demite das suas responsabilidades, os criminosos ganham...

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