"A semana tem sido fértil em comentários desprimorosos sobre a exibição do Benfica no último jogo com o FC Porto. Dizem alguns comentadores e, inclusive, alguns benfiquistas que Jorge Jesus foi demasiado pragmático ao desvalorizar o espectáculo, procurando apenas olhar para o resultado conveniente.
Percebe-se o fundamento das críticas. O nome e a tradição histórica do Benfica deveria implicar responsabilidade, não apenas no domínio do resultado, mas da combinação ideal entre o resultado e a exibição.
A questão de fundo é que Jorge Jesus terá consideração incompatível essa relação e impossível essa combinação. Para o treinador do Benfica, havia apenas que escolher entre o resultado e a exibição. Decidiu-se pelo resultado. Sem hesitações, sem constrangimento e sem ambiguidades.
Curiosamente - ou talvez não - o mesmo têm dito e escrito alguns analistas ingleses sobre o Chelsea e José Mourinho. Dizem que o português só se interessa, mesmo, por ganhar mais um título em Inglaterra.
O problema é que esse só, não é tudo, mas quase tudo. O desporto de alta competição é, essencialmente, resultado e só depois exibição ou, como diria Jorge Jesus, nota artística.
Claro que há o exemplo do Barcelona ou do Bayern, onde, para felicidade dos seus adeptos, a qualidade das equipas admite o ideal: grandes resultados e grandes exibições.
Não é essa, como se deve reconhecer, a situação do Benfica que nem sequer terá a melhor equipa do futebol português e muito menos o melhor plantel. Daí a razão do pragmatismo de Jesus. Alguém o poderá levar a mal?"
Vítor Serpa, in A Bola
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