"Quando a oportunidade de a nossa selecção competir numa fase final de um Mundial ou de um Europeu - o que tem acontecido sempre neste século! - a fase que os antecede é objecto de 'não notícias', reportagens, entrevistas e análises fastidiosas e repetidas ad nauseam.
Não havendo verdadeiramente nada para dizer, gramamos sessões televisivas, onde há desde imagens de pseudotreinos e de brincadeiras de pessoas crescidas sem qualquer interesse, até reportagens sobre a potência e cavalos dos bólides dos craques ou o modo como matam o tempo (curioso... matar o tempo!) nas longas horas em que o tempo quase os mata. E ouvimos, até à exaustão, adjectivações prolixas sobre as vidas de artistas transformados em ídolos endeusados e inacessíveis...
O supra-sumo destas enfadonhas sessões são as entrevistas e as pomposamente referenciadas conferências de imprensa quotidianas. Aí os protagonistas desfilam todos os lugares-comuns que já não se podem ouvir, tais como «vamos dar o melhor», «temos de acreditar», «iremos jogar para chegar o mais longe possível», «já interiorizámos que cada jogo vale 3 pontos», etc., etc. Uf! Façam o favor de se preparar no treino e não nessas conversas moles onde, aliás, não se marcam golos.
Mas para isto, as televisões têm todo o tempo do mundo. Ás vezes para elucidar aspectos importantes para a vida das pessoas comuns, um segundo a mais é quase pecaminoso.
Sei que o que hoje escrevo não é «politicamente correcto». Anseio pelo primeiro dia em que Portugal vai jogar. Porque é de futebol que eu gosto e do meu País que eu amo. O resto dilui-se no vazio do antes..."
Bagão Félix, in A Bola
PS: Ricardo Araújo Pereira partilha as preocupações do Bagão:
Sem comentários:
Enviar um comentário
A opinião de um glorioso indefectível é sempre muito bem vinda.
Junte a sua voz à nossa. Pelo Benfica! Sempre!