"Há dias, em A BOLA, Jesus afirmou: «Tenho receio que Salvio vá para qualquer lado...». Para além da questão do «qualquer lado», que bem sabemos a que se refere, esta asserção traz à colação a questão dos jogadores recebidos por empréstimo.
Empréstimos de jogadores são, quase sempre, préstimos com água-no-bico.
Das duas, uma: ou são um fiasco (logo, tempo e dinheiro perdidos) ou serão uma revelação, a benefício do emprestador e a custo do clube que o recebeu temporariamente.
Olhando, apenas, para o Benfica, nas últimas épocas, recebeu por empréstimo 5 jogadores: Miccoli, C. Rodriguez, J.A. Reyes, Suazo e Salvio.
Miccoli, um notável jogador, deixou os adeptos com água na boca. Rodriguez fez estágio para o Porto. Reyes voltou a Madrid e o Benfica ficou com parte do seu passe, provavelmente com menos retorno. Suazo, bom jogador entre lesões, adiou soluções. Salvio, que Jesus está a ensinar e valorizar, pode vir a aumentar os ganhos do... vendedor.
Percebo que os empréstimos sejam uma forma de rodar e valorizar jogadores tapados no seu clube de origem. Mas, quase sempre, não resolvem as situações dos clubes que os recebem por empréstimo. Em clubes pequenos e sem capacidade financeira até se entende, porque faz parte da sua prova de vida. Em clubes maiores, pode ser nocivo porque, ou se adiam decisões mais estruturantes, ou se compram os direitos do jogador emprestado, depois de, paradoxalmente, se ter contribuído para o seu encarecimento.
Mas sei que estas questões não são tão simples, a preto e branco. Há cambiantes respeitáveis que, de fora, não podemos contextualizar. No fundo, a questão é: salvo seja ou Salvio seja?"
Bagão Félix, in A Bola
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