"Acrescentarias mais algum momento à lista?
No último dia 26 de Fevereiro, a lenda do Sport Lisboa e Benfica Shéu Han foi condecorado com a Águia de Ouro, emblema distribuído aos sócios do Glorioso que fazem 50 anos de filiação ao clube, mas esta distinção é apenas um de muitos momentos marcantes para um homem que dedicou uma vida ao seu clube do coração.
Natural de Inhassoro em Moçambique, Shéu Han atravessou o Mediterrêneo para ingressar nos juniores do SL Benfica no ano de 1970, tendo nunca mais representado nenhum clube na sua vida. Ao todo, são 48 anos de ligação ao Sport Lisboa e Benfica, como jogador, Coordenador Técnico e ainda uma curta experiência como treinador na época 1998/99.
Ao todo, Shéu Han disputou 513 jogos de águia ao peito, marcou 46 golos, conquistou nove Campeonatos Nacionais, 6 Taças de Portugal e duas Supertaças. Como tal, irei fazer aqui um top de cinco momentos marcantes de Shéu Han no clube.
1. Despedida e consagração
A segunda metade da década de 80 ficaria marcada pelo fim de uma era no SL Benfica. Nesse período, vários jogadores que fizeram carreira e marcaram uma geração no clube viriam a dar os seus últimos passos de águia ao peito e Shéu Han não foi excepção.
Na temporada de 1988/89, Shéu já tinha 34 anos e a sua utilização baixou drasticamente, muito graças a chegada de um craque brasileiro chamado Valdo. Ainda assim, Shéu teve direito a uma despedida a altura da sua grandeza.
Na última jornada, já com o seu nono campeonato no bolso, Shéu Han despediu-se dos relvados num Estádio da Luz em apoteose a despedir-se de mais uma lenda do clube, ouvindo os discursos de agradecimento do Presidente João Santos e do jornalista Carlos Pinhão, d’A Bola, que levaram o craque a não conter as lágrimas.
Para mim, este foi o momento mais marcante de Shéu Han de águia ao peito, não tanto pelo momento em si, mas sim por todo o seu percurso e por tudo aquilo que conquistou ao serviço do Sport Lisboa e Benfica.
2. Golo numa final europeia
Decorria a época de 1982/83, na qual os encarnados vinham a ter um desempenho notável sob o comando técnico do jovem treinador Sven Goran Eriksson, voltando a realizar um grande desempenho na Europa.
Participando na Taça UEFA, o SL Benfica viria a eliminar adversários complicados como o Bétis de Sevilha, a AS Roma ou a Universidade Craiova até chegar à final contra os belgas do Anderlecht.
Depois de perder a primeira mão em Heysel por 1-0, os encarnados necessitariam de reverter a desvantagem num Estádio da Luz a rebentar pelas costuras.
E as coisas até começaram bem, com Shéu Han a inaugurar o marcador e a empatar a eliminatória, mas os empate dos belgas viria a deitar por terra as aspirações encarnadas de uma nova conquista europeia. Ainda assim, Shéu é um dos poucos jogadores encarnados que conseguiu a proeza de marcar numa final europeia.
3. Capitão numa final europeia
Decorria a temporada 1987/1988 e ,aos 33 anos, Shéu Han era titular e capitão do SL Benfica. Com Toni a tornar-se treinador principal do SL Benfica no final do ano de 1987, a equipa já se encontrava arredada da luta pelo título e apostou todas as fichas na Taça dos Campeões Europeus.
Naquela que era a primeira época completa de João Santos na presidência do clube, o SL Benfica voltaria a marcar presença na final da Taça dos Campeões Europeus 20 anos após ter lá chegado pela última vez.
Na final realizada em Estugarda contra o PSV, lá estava Shéu Han, a envergar a braçadeira de capitão e com o número 10 nas costas, num jogo em que os encarnados viriam a perder ingloriamente no desempate por grandes penalidades.
4. Estreia de sonho
Após duas temporadas como júnior, Shéu Han estrear-se-ia a jogar pela equipa principal na temporada 1972/1973 sob o comando técnico do inglês Jimmy Hagan. Apesar de ter realizado apenas duas partidas nessa temporada, esta não seria uma época qualquer na história do SL Benfica.
Nesta temporada, o SL Benfica sagrar-se-ia tricampeão nacional, conseguindo o feito, então histórico, de disputar o campeonato sem sofrer qualquer derrota (28 jogos e dois empates). Seria o primeiro de nove campeonatos conquistados por Shéu Han.
5. Chegada ao comando técnico da equipa
Decorria a temporada 1998/1999 e o SL Benfica voltava a defraudar as expectativas, cumprindo a quinta temporada sem ser campeão.
Com um treinador já assegurado para a próxima época (o alemão Jupp Heynckes), Greame Souness mostrava-se cada vez mais distante dos jogadores e dos adeptos, até que entraria em diferendo com o presidente João Vale e Azevedo, o que levaria ao despedimento do técnico escocês a quatro jornadas do fim.
No meio desta situação, seria Shéu Han a assumir o comando técnico do SL Benfica, conseguindo duas vitórias, um empate e uma derrota na sua curta estadia como treinador.
Apesar de ser um treinador a prazo no momento mais negro da história do clube, Shéu Han daria mais uma prova de amor e dedicação ao SL Benfica, não se importando de colocar a sua reputação em jogo a fim de servir o clube do seu coração."
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