"O Benfica visitou o Portimonense e voltou a ganhar sem antes passar por momentos de aflição. O Portimonense adiantou-se no jogo através de um lance que já não é novo para a defesa encarnada. Sempre que existe uma perda de bola com o Benfica em organização ofensiva, a equipa fica algo descoordenada e desligada ficando impossibilitada de reagir a uma perda que resulte numa transição ofensiva rápida por parte do adversário.
Ontem, foi mais um exemplo dessa dificuldade.
No golo do Portimonense, Adel Taarabt fez aquilo já lhe é reconhecido, um passe de risco que expõe a equipa a uma dificuldade que não esperava. O marroquino faz este tipo de coisas ao mesmo tempo que depois inventa uma jogada que acaba no empate. Com Adel em campo, o imprevisto pode sempre acontecer para o bem e para o mal. No entanto, sabendo disto, a equipa mesmo assim não tem por hábito ter uma cobertura ofensiva que permita reagir a uma perda num momento de ligação.
Depois, outra dificuldade numa zona central mas desta vez… na defesa. Otamendi e Vertonghen são centrais de renome internacional, com qualidade, com belas carreiras e titulares nas seleções dos seus países. Contudo, por vezes mostram dificuldade de coordenação entre as ações/decisões de ambos. O golo do Portimonense expõe esse facto, assim como o golo do Gil Vicente na Luz já o tinha exposto.
Por norma, Vertonghen demora a baixar e a fechar o espaço entre centrais e por sua vez Otamendi perante uma bola descoberta baixa vertiginosamente para retirar profundidade a uma rutura adversária. Esta descoordenação num momento de transição defensiva acaba por criar dúvidas e indecisões na forma como a equipa reage. Em ambos os golos referidos acima, Otamendi muda os apoios ainda muito longe da baliza deixando de retirar profundidade, abrindo ainda mais espaço entre centrais e excluindo-se a si mesmo do lance porque uma mudança de apoios não só o fixa, como abre espaço nas costas deixando o central argentino impossibilitado de apanhar um jogador adversário em corrida.
No antigo sistema de Jorge Jesus, com 3 defesas centrais, este problema passava mais disfarçado até porque com Lucas Veríssimo em campo, Otamendi (jogava ao centro) raramente passava por esta situação sendo que era o central brasileiro, por ser o mais rápido, que jogava sobre a direita. Contudo, numa defesa com apenas 2 centrais e que não são rápidos, torna-se imperial que a coordenação entre ambos seja perfeita para que não existam ações distintas e consequentemente espaços a explorar.
É um problema identificado e que se tem repetido de forma até recorrente ao longo da temporada. E que, será certo que Nélson Veríssimo irá procurar corrigir."
Faltou dizer que o Weigl em vez de dar três passos para o lado direito deveria ter dado para o lado esquerdo encurtando o espaço e o tempo de decisão do jogador do Portimonense que efetua o passe. É isso que faz um trinco. Em 442 sem trinco é claro que a defesa fica mais exposta. Nesta posição o Benfica têm de ter um trinco a sério. O 343 que nunca servirá ao Benfica foi usado para esconder as lacunas do Weigl. Mas o coitadinho nunca tem culpa de nada, o pequenino.
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