"Há 100 anos, o Sport Lisboa e Benfica vivia momentos marcantes. Em Abril de 1921, sempre com o dedo de Cosme Damião, o clube conseguiu comprar um terreno onde construir as suas instalações desportivas. Para trás ficava o campo de Benfica, entretanto na posse do então ministério da Instrução, que viria servir a Escola Normal de Lisboa, a actual Faculdade de Ciências da Comunicação.
Era tempo de iniciar a obra do Estádio das Amoreiras, inaugurado no final de 1925. Foi longo e duro o caminho para o projecto, para a obra, para tornar real o sonho de um espaço desportivo próprio. Em 1923, numa das mais importantes assembleias gerais da história do SLB, a direcção foi autorizada a realizar a emissão de 12 mil obrigações hipotecárias e títulos de propriedade para comprar o terreno e construir o Estádio das Amoreiras. Entre direcção e associados entusiastas foi possível chegar a quase mil contos (cinco mil euros), o valor aproximado dos custos totais da obra. Há um século, o Sport Lisboa e Benfica garantiu o seu primeiro estádio (os anteriores recintos eram campos), o local onde foram conquistados os primeiros títulos nacionais.
Cem anos depois, e ainda a sair de uma pandemia à escala mundial, o Sport Lisboa e Benfica tem um dos estádios mais modernos do planeta, um centro de estágios invejável, pavilhões, piscinas, um museu premiado e elogiado, estação de televisão, fundação, dá cartas no markting e no merchandising e está na lista dos 30 emblemas mais rentáveis da Europa. Não é campeão nacional masculino de futebol há duas tempordas, apesar dos êxitos alcançados em tantas outras modalidades e escalões (além dos resultados financeiros), mas tudo o que se passa no clube é considerado um drama, uma tragédia, uma catástrofe."
Ricardo Santos, in O Benfica
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