"A conclusão da época 20/21 trouxe um misto de sentimentos. Por um lado, terminou de forma horrível com a derrota na final da Taça de Portugal. Por outro lado, só o facto de a temporada ter terminado foi motivo para ficar entusiasmado. Apesar de a recta final do campeonato ter sido melhor (pudera!), o próprio leitor já sentia há muito que o Benfica era tipo aquele seu familiar bastante acabado, completamente dependente dos outros para as necessidades mais básicas, com sinais claros de demência e que vai sobrevivendo em dores e agonia até chegar o fim. Não, não estou a sugerir que o leitor tem qualquer grau de parentesco com Pinto da Costa. Refiro-me a um perfil de velhice com características comuns. Um familiar que ninguém quer perder, porque a sua simples presença continua a ser importante, no entanto o bom senso diz-nos ao ouvido que todo aquele sofrimento é desumano e seria melhor se terminasse de uma vez. A presença do Benfica também me é indispensável, mas vendo bem as cosias sinto-me bem mais saudável a contar os dias para o início da próxima época do que me sentia a contá-los para o inicio do próximo jogo. A Páscoa já vai longe, mas é caso para dizer: a temporada terminou, aleluia, aleluia!
Se analisarmos a classificação final do top 5 de campeonatos europeus, apenas o Inter Milão chegou ao título sem recorrer à fábrica do Seixal. Ederson, Rúben Dias, João Cancelo e Bernardo Silva (Manchester City), Inglaterra), João Félix (Atlético Madrid), Espanha), Tiago Dantas (Bayern Munique, Alemanha) e Renato Sanches (Lille, França) são a prova viva - se é que ainda são necessárias mais provas - de que talento made in Benfica não pode ser ignorado. Sobretudo cá dentro."
Pedro Soares, in O Benfica
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