"Falta um jogo para terminar esta época. Estava difícil de acabar, não precisávamos de sofrer tanto para aqui chegar, mas foi assim que aconteceu. Os balanços ficam para quem gosta de os fazer ou pensa que sabe fazê-los. Eu limito-me a ser um adepto que não está feliz, mas que também não anda com uma candeia acesa à procura de culpados. Tenho a minha cabeça para pensar e a certeza de que lições e medidas estão a ser tomadas, por quem de direito, para que não volte a acontecer.
Resta-nos a final da Taça de Portugal, com o SC Braga, mas mesmo esta competição de que tanto gosto não tirará o sabor amargo da boca. Pode atenuar um pouco, claro, mas, como dizem os entendidos, 'não salva a época'. Em qualquer outro clube português salvaria, não no SL Benfica.
Final da Taça é festa do Jamor, certo? Errado. Quem manda no futebol nacional tem anticorpos com o relvado, acessos e áreas próximas do Estado Nacional. Isso não impede que uma equipa quase sem nome lá jogue oficialmente de 15 em 15 dias, mas se for para a final da prova-rainha já não pode ser. Adeptos a assistir, muito menos. Primeiro estavam aprovados para a última jornada da Liga, mas mudaram de ideias. Talvez, se tivessem preparado convenientemente os festejos dos vencedores do campeonato e evitado cenas tristes, uma pequena percentagem de adeptos do Glorioso e do SC Braga pudesse ter o prémio de estar nas bancadas de Coimbra, mas não. O que é que interessam as pessoas para o espectáculo? Pouco, cada vez menos, quase nada. E depois admiram-se de ver as crianças e os jovens vestidos com as camisolas de Real Madrid, PSG, Liverpool e Juventus. Vai ser muito difícil salvar a imagem do principal campeonato português de futebol, mas ainda tenho esperança de que a competência, a justiça desportiva e o amor pelo jogo voltem a ser condições essenciais para gerir a modalidade em Portugal."
Ricardo Santos, in O Benfica
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