"Todos os dias tomo as minhas precauções. Sempre que apanho o comboio para Lisboa, mal entro na estação coloco a máscara. Sento-me - quando há lugar - com afastamento suficiente para os outros passageiros. E quando vou em pé, procuro encontrar um local onde não esteja directamente virado ou em contracto com alguém. No metro, faço a mesma coisa.
Ando com uma embalagem de gel desinfectante na mochila e, quando entro em algum local que ofereça esse serviço, lá esfrego as mãos para evitar que o bicho pegue.
Tenho ido algumas vezes a restaurantes e tem corrido bem. Entro de máscara, desinfecto-me, sento-me, como, converso com a família ou com os amigos e, no final, cada um volta para sua casa. No supermercado, a mesmíssima coisa: estou sempre de máscara, procuro corredores com pouca gente, há menos atropelos, faço as minhas compras e volto para casa, onde estou a trabalhar remotamente desde Março.
Fui a um concerto ao ar livre (e irei a mais), com lugares marcados, e mantive a distância de segurança sem ter que pensar muito nosso. A mensagem está cada vez mais inserida na mente das pessoas: há que dar espaço e evitar contactos dispensáveis. Sim, sinto falta dos abraços, beijos e apertos de mão, mas aos poucos - e conhecendo o historial médico de familiares e amigos - esses bons hábitos de socialização vão voltar.
A sensação maior de que tenho falta é a de festejar um golo no estádio. E sinto cada vez mais dificuldade em perceber porque razão ainda não o podemos fazer, dentro das regras inerentes à pandemia, claro. Há concertos, há romarias, há comícios, há festas, há teatro, há cinema, há viagens de avião com a cabina lotada, há transportes públicos a abarrotar de gente, há manifestações, há praias onde os limites não são cumpridos, só não há futebol com gente nas bancadas. Um terço, metade, dois terços da lotação, é o que quiserem, mas está na hora de os adeptos voltarem aos estádios."
Ricardo Santos, in O Benfica
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