"Acções para o bem comum!
As nossas rotinas são, por estes dias, diferentes. Como poderiam continuar iguais? Há notícias pouco animadoras, mas é muito importante que sejamos o mais positivos possível a carregar boa energia para quem nos rodeia. De certa forma, é como quando preparamos uma grande prova desportiva: se confiamos em nós, só podemos visualizar superação e vitória. Nas redes sociais chegamos a um grande número de seguidores e, também por esta via, devemos passar boas sensações e confiança de que conseguiremos estar juntos de novo, sem temer este vírus que anda na boca do mundo.
Mantenho os hábitos de treino que são possíveis. A expansão da COVID-19 exigiu que nos reprogramássemos, não podemos trabalhar em grupo nem em locais fechados. Uma das coisas que um atleta de alta competição tem de desenvolver é a capacidade de se adaptar a novas realidades. Foco-me numa rotina próxima daquela que tinha antes, para alcançar rapidamente a forma física necessária e o corpo e a mente não se "sentirem" quando regressarmos à tranquilidade de antes.
Ainda é complicado falar sobre esta estranha conjuntura. É bom verificar que a maioria dos portugueses acatam as regras e esforçam-se por cumprir aquilo que o país lhes está a pedir. Por outro lado, entristece-me ver que haverá ainda uma minoria que menospreza aquilo que vem sendo estipulado. Este é um momento para os portugueses trabalharem como "formiguinhas", cada um a somar acções para o bem comum.
Estas semanas de pressão sobre a organização dos Jogos Olímpicos foram difíceis de gerir. Desanimámos por não saber ao certo o futuro dos Jogos, já que temos vindo a fazer enorme investimento na preparação para Tóquio 2020. Passámos já muito tempo longe de casa, num grande esforço de trabalho e de treino. Estávamos a alcançar um nível que nos dava grande confiança em bons resultados. Mas também nós, atletas, temos de dar o exemplo e apoiar esta decisão de adiamento do evento: sem dúvida que primeiro está a saúde de todas as pessoas envolvidas, inclusivamente a dos muitos espectadores, provenientes de todo o mundo, que estavam preparados para ir a Tóquio, entre Julho e Agosto. Agora que temos novas datas, podemos definir opções e o caminho a seguir.
O futuro do país vai depender muito da capacidade e rigor dos portugueses para seguir regras imperativas. É urgente vivermos juntos no "agora". Isso será preponderante para o nosso futuro. Será duro recuperar o fulgor de Portugal e reequilibrar a economia, por isso é fundamental proteger a nossa saúde e logicamente o potencial do país. Sinceramente olho para o "amanhã" com grande esperança e confio que conseguiremos dar a volta por cima, como é nosso hábito. Havemos de ficar bem.
A doação de um milhão de euros em material ao Serviço Nacional de Saúde encheu-me de orgulho e creio que ninguém no país pode ter ficado indiferente. Estamos a falar do jogo da vida e o meu Benfica continua a saber entrar neste jogo em grande e em equipa. Aos benfiquistas apelo que sigam aquilo que tem sido, também, o exemplo do nosso Presidente. O Benfica é enorme, mas temos de nos manter unidos, sem olhar a cores de camisolas. Alimentar um pensamento positivo, continuar a apoiar o Clube e motivar os atletas das várias modalidades. Estaremos no bom caminho se continuarmos todos juntos.
Força, Portugal!
Fernando Pimenta"
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