"A necessidade de entregar o artigo antes do fecho de cada edição gera por vezes - nomeadamente quando há jogos importantes a meio da semana - alguma incerteza quando ao que escrever, havendo o risco de uma verdade à segunda ou à terça-feira já não o ser à sexta, quando o jornal vai para as bancas.
Ora, numa altura como a que o país e o mundo atravessam, em que tudo está virado do avesso, em que os contextos se alteram quase ao minuto, é ainda mais difícil de prever qualquer cenário futuro, mesmo que esse futuro seja apenas de algumas horas. Em suma, no momento em que escrevo não faço a mais pálida ideia do que possa estar a acontecer ao nosso Portugal, à nossa Europa e ao nosso mundo, quando o leitor tiver o jornal em suas mãos, esperando que tudo não esteja ainda pior do que já está. Jamais vivêramos uma situação como esta, em que o futebol e o desporto passam totalmente para segundo plano. E é agora que melhor conseguimos relativizar essas nossas paixões face a valores muito mais elevados como a saúde pública, e sobretudo as vidas que se vão perdendo. Além do terrível impacto económico que esta situação deixará, que é inevitável, e vai afectar todos - mesmo os que tiveram a felicidade de não adoecer.
Em mais de dez anos de colaboração com o jornal, esta é a primeira vez que aqui não falo de desporto, nem do Benfica.
Há situações desportivas por definir, que terão de ser definidas de forma equilibrada e sem prejuízos assimétricos, mas, por agora, as preocupações,minhas, do estimado leitor, e de toda a gente, seja do Benfica, do Sporting ou do FC porto, infelizmente são outras."
Luís Fialho, in O Benfica
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