"Quando naquela fria noite de Dezembro de 2016 Jorge Jesus regressou à Luz com o seu Sporting CP, o Circo dos Vouchers já se tinha virado muito contra si. Tinha perdido o campeonato anterior e seguia em 2º na Liga. Comentários de "só ganhava no SL Benfica por causa dos Vouchers" ecoavam por toda a caixa de segurança no início do jogo e tornaram-se mais estridentes no final com a nossa vitória por 2-1. Pessoalmente, saí do jogo feliz pela vitória mas embrenhado na narrativa popular de que tínhamos tido sorte porque o Sporting desperdiçara oportunidades para o 2-2 a "dar com pau". Felizmente, à data a BTV dava as repetições dos jogos 1 ou 2 dias após a sua realização e aí descobri que a avalancha ofensiva lagarta desde o 2-1 aos 69 minutos tinha resultado numa oportunidade clara e um par de remates de fora da área.
O engano a que todos me sujeitaram teve origem na emoção do jogo. Vejo os 90 minutos em transe completo e mais de metade dos acontecimentos passa-me ao lado ou fico com noção errada deles. Ontem por exemplo, depois de muito discutir o empate em terras teutónicas, deitei-me a trautear "raio do Caio" e hoje acordei já com melodia e meia dúzia de versos para fazer um sucesso de Natal com "Raio do Caio" que incluíam "entrou a 10 minutos do fim / mas enterrou mais do que o Quim", convencido que tinha ficado de ter ouvido o "tu tu tu tu tu tu tu (ler isto ritmado como o som saído dos altifalantes do Estádio de S. Luis nos anos 90, a anunciar substituição... sai na equipa visitante Pizzi com o número 21 e entra Caio com o número 7" aí por volta dos 80 minutos. Acontece que toda a gente me enganou. O "raio do Caio" que tanto estrago fez na exibição e no resultado encarnado entrou aos 93 minutos, com 2-1 no marcador. Honestamente, não reparei que ele tivesse assassinado alguém nestes 7 minutos de jogo, e julgo que o único erro dele foi ter falhado um cruzamento bem no final da partida. Mas se me disserem que o "raio do Caio" é que tem culpa disto tudo, eu vou acreditar novamente.
Curiosamente, e ainda reportando à vitória "à rasquinha" sobre o Sporting, Rui Vitória não meteu nenhum central para segurar resultado. Tal como não havia metido no alvaladismo Mitroglouiano. O mesmo que Lage não fez no Dragão em Março. Nem Jesus em Turim, no ano em que levamos 3 do Leverkusen. Gritar "mete centrais porque estamos a ganhar" é tão lógico como pedir "mete avançados porque estamos a perder". Até porque o que não faltam é exemplos de Rodericks que entram para segurar resultados no Dragão, e no fim só se ouvem berros de "a culpa é do conas do Jesus que se acagaçou todo"."
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