"Foi sempre pela renovação de uma mesma ideia-forte, composta de dois temas aparentemente muito diferentes, que os benfiquistas sedimentaram a conjunção de diversidade de factores determinantes do que hoje constitui a nossa identidade colectiva. Essa ideia primacial atendeu à vontade de, primeiro, sabermos competir com nós mesmos; de nos sabermos superar a nós próprios, no esforço inferior de dominarmos os nossos meros impulsos individualistas; a, transformando depois a força assim gerada no plano estritamente pessoal, produzir em equipas, as energias conjuntas com que conseguimos vencer as competições que temos a disputar com os outros.
Na génese da história do desporto em Portugal, em que, de facto, não fomos dos primeiros a competir, soubemos apurar e aproveitar, melhor e mais depressa, o verdadeiro sentido do esforço pessoal dos atletas que representavam as cores vermelha e branca que nos distinguiam e, depois, carreá-las, cada vez mais de modo progressivamente mais organizado e sistemático, a favor dos dispositivos colectivos que desde cedo nos haviam de levar com determinação às vitórias.
Foi assim que o Benfica nasceu entre amigos, cresceu e se desenvolveu entre atletas e se entranhou, como campeão assumido, competente e regular, sendo sempre um amplo espelho do país e, no desporto, a portentosa instituição de absoluta referência profundamente enraizada no seio do povo português.
É como campeão sistemático que o Benfica é agora reconhecido em Portugal e no mundo. Mas isso não pode significar que, seja em que momento for do nosso caminho, de alguma forma possamos perder o é relativamente às exigências da competição: quanto maior e mais abrangente for o nosso sucesso competitivo, maior se torna o grau de esforço, dedicação e competência que nos é exigido. A todos nós; não apenas aos atletas que defendem as camisolas do Glorioso, mas também àqueles a quem, do lado de fora, cabe empurrá-los para as vitórias, para a superação pessoal e para os títulos colectivos, com idêntica proficiência, nos nossos caros e coreografias, à que lhes exigimos, a eles, em cada lance, em cada jogo e em cada jornada. É todos juntos e todos competentes - mas tendo presente que nunca jogamos sozinhos - que continuaremos a somar todas as vitórias."
José Nuno Martins, in O Benfica
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