"Não é um Mundial ou um Europeu e ainda veremos o valor que terá, daqui para a frente, esta Liga das Nações, mas Portugal pode e deve festejar com sorrisos rasgados o caneco (e também Fernando Santos, reconheça-se).
Depois de diante da Suíça terem ficado aquém das expectativas, todos excepto os que vivem no planeta Ronaldo, a Selecção elevou índices. Só mesmo assim poderia vencer um rival em grande crescimento, mas ainda puzzle por completar: muito provavelmente, Babel, Bergwijn e até Memphis, por exemplo, não farão parte, a médio prazo, da nova laranja.
Houve melhorias evidentes. Viram-se na forma como Portugal encaixou no associativo futebol holandês. Pressionou com critério, cortou linhas de passe e partiu veloz para a transição. A química entre Bruno, Bernardo, Ronaldo e Guedes, na sequência do trabalho de sapador de William e Danilo, e que resultou em velocidade nas trocas e constantes esticões, deixou os adversários em sentido. A contrapressão chegou tarde, o domínio laranja que a capacidade com bola sugeria não chegou. O golo surge, naturalmente, com a Holanda apanhada em contrapé.
Guedes deu razão à aposta e diluiu imagem do Mundial. Também Fernando Santos terá ficado a acreditar que detém mesmo a fórmula do sucesso. Só que é também quando se ganha que se deve olhar para como se lá chegou. Houve um Ronaldo mágico com a Suíça e Portugal sentiu-se à vontade sem bola perante a Holanda. Rivais que, apesar de crescerem em competência, são Suíça e Holanda.
Para ligar com adversários do topo há todo um caminho que ainda tem de ser percorrido. Será preciso ligar mais o talento. Saber o que fazer com bola. É importante, sobretudo, que este triunfo não sirva para camuflar o que se não tem conseguido evoluir.
Agora, festejemos! Bom dia de Portugal!"
Luís Mateus, in A Bola
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