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quinta-feira, 28 de março de 2019

Moçambique somos todos

"Há muitos anos, nas décadas de quarenta e cinquenta do século passado, encontramos equipas formadas por jogadores do Benfica, Sporting e Belenenses, que assim criavam condições para fazerem frente aos potentados estrangeiros. Eram tempos em que a rivalidade não extravasava os limites da convivência.
Nesses jogos, tanto eram utilizados equipamentos neutros, com as letras BSB como emblema, como usavam as camisolas de um outro clube, sem que daí viesse mal ao mundo.
Depois, veio a zanga por Eusébio e as relações entre Benfica e Sporting nunca mais foram as mesmas e mais tarde foi a vez do Belenenses se zangar com o Sporting por causa de Carlitos.
Veio o 25 de Abril e com ele, por magistratura de influência do general Spínola a 10 de Junho de 1974, no Estádio Nacional, os eternos rivais retomaram relações institucionais e poucos anos depois já estavam a organizar conjuntamente torneios internacionais de futebol jovem, com jogos em Alvalade e na Luz. Em 1976, na homenagem a Carlos Lopes, depois da prata de Montreal, houve um Sporting - Benfica, em que até Eusébio e Yazalde, que já não estavam por cá, participaram.
Os últimos anos, no que toca a civismo no futebol português, têm sido de chumbo, tornando a esperança do regresso às boas práticas muito ténue. Porém, numa iniciativa que envolve FPF; AFL e Sindicato, Benfica, Sporting e Belenenses uniram-se num projecto por Moçambique, terra de Vicente, Matateu, Eusébio, Coluna, Juca e Hilário, que pode ser um raio de luz a iluminar as trevas. O futuro será sempre o que quisermos fazer dele. Que tal começar por ir, no sábado, ao Restelo?"

José Manuel Delgado, in A Bola

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