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segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

O VAR hesita se não saber de que clube é o cão

"Num jogo de uma divisão secundária da Argentina houve um cão que entrou em campo e acabou por salvar um golo quando uma bola que ia direita à baliza, estando o guarda-redes fora do lance, foi direitinha ao cão que passava em direcção à dita baliza, acabando por sair rolando pela linha de fundo. O vídeo desse lance inusitado foi um êxito tremendo no mundo online, vendo-se reproduzido nas redes sociais e também nos sites de informação desportiva e generalista. Vejam-no os que ainda não viram, porque é engraçado. O guarda-redes tinha a bola nas mãos e com a pressa de relançar o jogo para o campo do adversário avançou uns largos passos e executou tão atabalhoadamente o seu fortíssimo pontapé de baliza que acabou por acertar com a bola em cheio nas costas de um jogador da outra equipa produzindo-se um efeito de ricochete que encaminhou o esférico em direcção às redes desertas, coitado, nem teve tempo de voltar para trás. Foi nesse momento que o cão entrou em cena para salvar a honra do guarda-redes e para converter o jogador que levou com a bola nas costas no primeiro jogador do mundo a quem um cão roubou um golo.
Tudo isto para lembrar o jogo entre o Boavista e o FC do Porto. de domingo passado. Não o jogo propriamente dito, que não teve nada de anormal. Mais normal não poderia ter sido. Mas como decidiria o VAR do Bessa este lance do cão se houvesse VAR nos campeonatos secundários ou se, por absurdo, uma situação semelhante ocorresse num desafio do campeonato português, prova que já há mais de um ano dispõe de VAR?
É que não é fácil para um VAR responder a situação tão invulgar. Para aquela situação vulgaríssima de Brahimi com Rochinha, qualquer VAR cá dos nossos nem demora 2 segundo a chegar à decisão. "Fez falta?", pergunta o juiz de campo. "Nada segue", logo respondem da Cidade do futebol. E segue. O lance do cão na Argentina seria muito mais difícil de ajuizar."E agora o que é que eu faço? é reposição de bola para o guarda-redes?", pergunta o árbitro pelo intercomunicador. "Houve lá, de que clube é o cão?", quer saber o VAR, porque é sempre importante conhecer a cor das camisolas. "Sei lá", responde o juiz de campo já um bocadinho irritado. "Não sabendo de que clube é o cão, não sabemos o que decidir..." lamenta-se o VAR, que se remete a um prolongado silêncio. "Querem ver que esta porcaria se avariou outra vez?", desabafa o juiz de campo, receando uma falha tecnológica. depois de muita ponderação, o VAR lá dá a sua sentença com voz firme: "Nós aqui na Cidade do Futebol achamos que é penálti e cartão vermelho directo para o cão", esclarece o VAR. "Mas como vou expulsar o cão se o cão já saiu do campo?" protesta o juiz de campo e com razão, porque esta coisa do VAR já lhe parece abaixo de cão, com todo o respeito pelo cão, sejamos justos e compassivos com os pobres animais."

Leonor Pinhão, in Record

1 comentário:

  1. Face ao que se vem passando no futeluso é muito fácil saber o que o bufador de instrumento monocórdico faria com o beneplácito do aVARiado... Nada teria a ver com o clube do canídeo mas sim com a baliza para onde o esférico se encaminharia. Se fosse para a dos impolutos azuis e brancos era pontapé de baliza, caso contrário, seria penálty e expulsão do GR. No relatório viria preto no branco que a justificação para a expulsão era de que tinha sido o GR a chamar o bicho.

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